O telescópio Einstein fez uma descoberta extraordinária ao registrar intensas emissões de raios X de uma estrela morta que explodiu. Esses dados intrigaram os cientistas, pois demonstraram que a estrela faz parte de um sistema estelar incomum.
Este sistema se localiza na Pequena Nuvem de Magalhães, uma galáxia satélite da Via Láctea. Ele abriga uma estrela gigante do tipo Be, com aproximadamente 12 vezes a massa do Sol, acompanhada por uma anã branca, que é uma estrela similar ao Sol em sua fase final de evolução, porém 20% mais massiva.
Um enigma se apresenta nesse cenário: a estrela com 12 massas solares deveria ter atingido sua fase de supernova após cerca de 20 milhões de anos, mas o que a manteve orbitando a anã branca? Para os pesquisadores, a resposta mais plausível é que uma das estrelas está, de alguma forma, 'se alimentando' da outra, como se fossem 'vampiras cósmicas'.
Os cientistas suspeitam que este sistema tenha originado da fusão de duas estrelas massivas, com peso entre seis e oito massas solares. As estrelas mais massivas consomem suas reservas para fusão nuclear em um ritmo mais acelerado. Com isso, a estrela de oito massas solares se esgotou primeiro. Sem a pressão que mantinha sua estrutura, suas camadas começaram a se expor, sendo capturadas pela outra estrela.
Deste modo, a estrela de seis massas solares alcançou 12 massas solares, enquanto sua parceira se tornou uma anã branca, com 1,23 vez a massa do Sol. Contudo, a anã branca não ficou para trás: sua gravidade atraiu matéria da estrela maior, levando a um aumento na pressão e temperatura, resultando em uma explosão termonuclear, observada pelo telescópio Einstein.
“Esse estudo nos oferece novas perspectivas sobre uma fase raramente observada da evolução estelar, resultado de uma complexa troca de material entre as estrelas”, comentou Ashley Chrimes, da Agência Espacial Europeia, em comunicado. “É fascinante testemunhar como um par de estrelas massivas pode interagir e produzir resultados tão surpreendentes.”
O artigo que detalha os resultados do estudo foi publicado na revista The Astrophysical Journal Letters.
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