Em um dos trechos de sua delação premiada, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, compartilhou uma revelação intrigante. Ele afirmou que, se fosse designado para a função, trataria o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a mesma postura utilizada durante seu tempo com Bolsonaro. Cid destacou que esse tipo de comportamento é uma característica inerente a militares.
O ex-ajudante de ordens comentou: “Se um general não der ordem, pode até querer, mas não vai fazer. E vou dizer mais, vai prestar continência para o Lula? Vai. Vai tratar o Lula igual tratou o presidente? Vai, porque é nosso…”. Ele ainda prosseguiu: “Se eu fosse designado para ser ajudante de ordens do Lula, eu ia tratar o Lula igual eu tratei o presidente. É nosso, por mais que eu não gostasse, poderia estar me corroendo por dentro, mas minha função é essa e é isso que vou fazer”.
A fala e a percepção de Cid foram parte de uma discussão mais ampla, na qual ele abordou a possibilidade de um golpe de Estado por parte das Forças Armadas. Para ele, a hierarquia militar é muito forte e, portanto, a iniciativa de ações não autorizadas seria improvável. Cid afirmou que a sua geração no Exército diferencia-se da que esteve presente em 1964, destacando que, após essa data, muitos militares se distanciaram do cenário político e que atualmente essa geração está mais focada em debater questões políticas.
Cid acrescentou que as Forças Armadas possuem uma estrutura hierárquica sólida que dificultaria ações como a que se viu no passado. Ele comentou sobre a indignação que havia entre alguns integrantes das Forças Armadas na época das manifestações, mas ressaltou que isso não necessariamente levaria a um golpe. “A minha geração do Exército é diferente de uma geração de 1964. A minha geração é fruto de uma geração pós-64, que se prendeu dentro dos quartéis, politicamente, se afastou da política e voltou um pouco não ao cenário político, mas a discutir política, com o general Villas Bôas.”, explicou.
As declarações de Mauro Cid foram significativas, pois sua colaboração ajudou a fundamentar as denúncias da Procuradoria-Geral da República, que acusa 34 indivíduos de tentarem orquestrar uma ruptura democrática.
Com essas considerações, Cid traz à tona importantes reflexões sobre a disciplina militar e a relação entre os representantes das Forças Armadas e o governo. A dignidade e o respeito inerentes à hierarquia são aspectos que, segundo ele, prevalecem apesar das divergências pessoais.
Este relato não apenas sugere a complexidade das relações dentro do governo, mas também provoca uma discussão mais ampla sobre os limites e a responsabilidade das Forças Armadas no contexto político do Brasil. Agora, com o retorno de Lula ao poder, os próximos passos e a interação entre o governo e os militares continuam a ser uma questão de interesse nacional.
O que você acha das afirmações de Mauro Cid sobre como trataria Lula em uma situação hipotética? Deixe seu comentário e compartilhe suas opiniões sobre a relação entre militares e políticos no Brasil!