O recente aumento dos casos de dengue no Brasil, especialmente após a declaração de estado de emergência em São Paulo, foi um forte indicativo para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) considerasse uma mudança na liderança do Ministério da Saúde. Desde o ano passado, Lula já expressava preocupações em relação ao trabalho da ministra Nísia Trindade, solicitando um esforço mais contundente no combate à doença, em virtude do significativo aumento das mortes registrado em 2024.
No início de janeiro, as estatísticas eram promissoras, o que acabou dando uma sobrevida à ministra. Entretanto, a situação mudou drasticamente em fevereiro, com São Paulo enfrentando um aumento acentuado nos diagnósticos de dengue, levando o governo estadual a declarar estado de emergência.
Além disso, Lula tem recebido diversas queixas de governadores, incluindo os de partidos aliados, sobre a lentidão na imunização contra a doença. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por exemplo, tem comunicado a interlocutores que as vacinas disponibilizadas até o momento são insuficientes para a demanda.
No Palácio do Planalto, assessores estão defendendo que o Ministério da Saúde expanda o público-alvo da vacinação, que atualmente é restrito a crianças e adolescentes. Também é mencionada uma falha na comunicação do Ministério, que não tem conseguido responder adequadamente ao aumento da dengue nas redes sociais.
Por essa razão, conforme antecipado pela CNN na quinta-feira (20), Lula começou a buscar sugestões de nomes, tanto técnicos quanto políticos, para a possível substituição de Nísia em março. Apesar disso, o presidente ainda não tomou uma decisão e anunciou que, antes de qualquer alteração, planeja se reunir com a ministra para discutir o desempenho dela à frente da pasta.
Entre os nomes mencionados para a possível sucessão estão os ex-ministros Alexandre Padilha, atualmente à frente da Secretaria de Relações Institucionais do governo, e Arthur Chioro, presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. Ambos são filiados ao PT.