Alice Weidel, economista de 46 anos e co-líder do partido Alternativa para a Alemanha (AfD), tem se destacado como uma figura pública incomum para um partido que se caracteriza por sua postura anti-imigração, dominado por homens e que defende valores familiares tradicionais. Com dois filhos, frutos de um relacionamento com uma cineasta nascida no Sri Lanka, Weidel também é fluente em mandarim, tendo obtido seu doutorado em economia na China. Antes de sua carreira política, trabalhou como consultora para o grupo financeiro Goldman Sachs e na Allianz Global Investors.
O perfil singular de Weidel, segundo analistas políticos, pode ser um trunfo para o AfD, oferecendo uma imagem de respeitabilidade a um partido visto com desconfiança por autoridades que consideram suas práticas antidemocráticas. Seu estilo pessoal, que inclui trajes como terno escuro e pérolas, a transmite uma imagem de profissionalismo e competência em uma variedade de tópicos, embora críticos a rotulem como uma oportunista e a vejam como um "lobo em pele de cordeiro".
Como co-líder do AfD, Weidel supervisionou um crescimento significativo no apoio ao partido nos últimos anos, especialmente em um contexto de insatisfação com o governo fragmentado do chanceler Olaf Scholz. O fracasso dessa coalizão resultou na convocação de eleições antecipadas, marcadas para 23 de fevereiro. Weidel tem defendido a redução da imigração para a Alemanha e a implementação de controles mais rígidos nas fronteiras. A vitória mais significativa do AfD em nível federal ocorreu recentemente, quando conseguiram influenciar uma votação patrocinada pelo líder do partido conservador alemão, culminando na primeira vez em que uma maioria de partidos relevantes se recusou a colaborar com a AfD.
Além do apoio nacional, Weidel e seu partido têm atraído a atenção internacional. Recentemente, o CEO da Tesla, Elon Musk, fez uma aparição em vídeo durante um evento do AfD em janeiro. Mais recentemente, Weidel se encontrou com o vice-presidente americano JD Vance durante a Conferência de Segurança de Munique, onde discutiram questões relacionadas à guerra na Ucrânia e à política interna alemã por cerca de 30 minutos.
No entanto, em um debate realizado poucos dias antes das eleições, Weidel se destacou por ser a única candidata a propor que a Alemanha deixe de oferecer apoio aos ucranianos na guerra contra a Rússia. Ela defendeu uma postura de neutralidade em relação ao conflito, o que pode ser um ponto polêmico entre os eleitores.
Embora as chances de Weidel integrar um novo governo formado após as eleições sejam baixas, uma vez que todos os principais partidos no parlamento atualmente rejeitam trabalhar com o AfD, o partido está em uma posição forte, ocupando o segundo lugar nas pesquisas, logo atrás do partido conservador e à frente dos sociais-democratas e verdes.
Com um cenário político tão dinâmico, a atuação de Alice Weidel e a ascensão do AfD merecem atenção, e o desfecho das próximas eleições pode ter implicações significativas para o futuro da Alemanha.
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