Durante uma recente declaração, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, enfatizou que uma potencial reunião entre Donald Trump e Vladimir Putin depende em grande parte do progresso nas negociações para encerrar a guerra na Ucrânia. A afirmação foi feita na quinta-feira (20) e tem como pano de fundo as discussões entre Rubio e o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, que ocorreram na Arábia Saudita na terça-feira (18).
Rubio disse a Lavrov e a outros oficiais russos que "Não haverá uma reunião até que saibamos sobre o que será a reunião." Ele destacou que o momento da discussão depende das evoluções nas negociações para a paz. "Quando essa reunião acontecer dependerá em grande parte de se conseguirmos fazer algum progresso para acabar com a guerra na Ucrânia", afirmou Rubio, em entrevista à jornalista Catherine Herridge, que foi transmitida pelo X.
O ex-presidente Trump, que recentemente teve uma conversa por telefone com Putin, indicou que um encontro com o líder russo poderia acontecer antes do final do mês, embora Rubio não tenha fornecido uma data exata. O secretário também mencionou que Trump está interessado em entender se a Rússia realmente tem intenções de finalizar a guerra na Ucrânia, que já dura três anos. "A única maneira é testá-los, basicamente perguntar: 'Ok, você está falando sério sobre acabar com a guerra? E se sim, quais são suas exigências? Suas exigências públicas e privadas são diferentes?'", explicou Rubio.
Rubio acrescentou que o foco das conversas deve ser a paz: "A única coisa em que concordamos é que vamos falar sobre paz. O que eles oferecem, o que estão dispostos a conceder, o que estão dispostos a considerar, determinará se eles estão falando sério sobre a paz ou não. Simplesmente ainda não chegamos a esse estágio."
A busca de Trump para uma resolução para a guerra gerou preocupações entre a Ucrânia e seus aliados europeus, temendo serem excluídos de qualquer negociação de paz. Apesar disso, Rubio garantiu que os EUA têm consultado todas as partes envolvidas. Recentemente, Trump se mostrou "chateado" com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. O comentário do republicano a respeito do líder ucraniano foi contundente: "um ditador sem eleições", provocando uma reação de Zelensky, que acusou Trump de estar isolado em uma "bolha de desinformação russa" após Trump sugerir que a Ucrânia iniciou o conflito.
Marco Rubio, em sua fala, reiterou a preocupação dos EUA com a situação ucraniana, destacando: "Nós nos importamos com (a Ucrânia) porque isso tem implicações para nossos aliados e, finalmente, para o mundo. Deve haver algum nível de gratidão aqui."
Além das discussões sobre o conflito, Washington está pressionando Kiev a negociar rapidamente um acordo que permita a abertura das riquezas naturais da Ucrânia para investimentos americanos. Durante a guerra, os EUA já forneceram dezenas de bilhões de dólares em ajuda militar ao país. Trump observou que investimentos em minerais ucranianos poderiam garantir que o investimento feito retornasse. Rubio mencionou que abordou essa proposta em uma reunião com Zelensky e o vice-presidente JD Vance durante um evento em Munique.
"Nós explicamos a eles, 'Olha, nós queremos estar em uma joint venture (empreendimento conjunto) com vocês, não porque estamos tentando roubar do seu país, mas porque achamos que isso é realmente uma garantia de segurança.'", ressaltou Rubio, sublinhando o interesse dos EUA na segurança da Ucrânia e na viabilidade do acordo.
Em relação à rejeição do acordo, Rubio expressou sua frustração ao ver Zelensky afirmando que havia recusado a proposta, ressaltando que "não foi isso que aconteceu".