O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, expressou na quarta-feira (19) sua expectativa em relação à unidade ucraniana e europeia, bem como ao apoio pragmático dos Estados Unidos, enquanto enfrenta um clima de tensão crescente nas relações com Washington, particularmente com a atual liderança do presidente Donald Trump.
Recentemente, Trump fez declarações polêmicas, referindo-se a Zelensky como um "ditador sem eleições", enfatizando que o líder ucraniano deve agir com rapidez ou corre o risco de perder o controle sobre seu país. As menções feitas por Trump indicam sua pressão por um acordo rápido que ponha fim ao conflito na Ucrânia. Além disso, ele tem deixado aliados europeus preocupados ao excluí-los das primeiras negociações com a Rússia e por atribuir à Ucrânia a responsabilidade pela invasão russa, que começou em 2022.
No contexto desse conflito, Zelensky declarou: "Estamos nos mantendo fortes com nossas próprias pernas. Estou contando com a unidade ucraniana, nossa coragem, com a unidade da Europa e o pragmatismo dos Estados Unidos". Essa fala, feita em um discurso por vídeo voltado ao povo ucraniano, encapsula sua busca por contínuo apoio e colaboração para enfrentar os desafios atuais.
Logo, frente a essa tensão, os líderes europeus se comprometeram a aumentar os investimentos em defesa e discutem a possibilidade de criar uma força de paz europeia, com o respaldo dos EUA, para apoiar a Ucrânia. Embora essa proposta tenha gerado preocupações no Kremlin, Zelensky a recepcionou de forma positiva, destacando a importância do fortalecimento das defesas da Ucrânia.
O presidente ucraniano também mencionou a visita do enviado dos EUA para Rússia e Ucrânia, Keith Kellogg, como um passo crucial, esperando que os encontros e a cooperação com Washington sejam "construtivos". As tensões entre os dois países, no entanto, não devem obscurecer o reconhecimento de que os Estados Unidos também necessitam de sucesso na região, conforme ressaltou Zelensky.
Além disso, a administração Trump parece estar interessada em estabelecer laços mais próximos com a Rússia, enquanto investe nos recursos minerais da Ucrânia, que desempenham um papel vital na transição energética global. Apesar disso, a Ucrânia já rejeitou um plano inicial proposto pelos EUA, alegando que não incluía garantias de segurança adequadas. Fontes próximas ao diálogo indicaram que o governo Trump pode buscar um acordo simplificado em relação aos minerais, com negociações mais detalhadas acontecendo posteriormente.
Os desdobramentos dessa situação colocam a Ucrânia em uma posição delicada, onde a busca por unir forças e a necessidade de um aliado forte como os Estados Unidos se tornam cada vez mais evidentes. Neste cenário desafiador, Zelensky reafirma a importância de uma Ucrânia unida e a necessidade de um enfoque pragmático dos EUA.
A situação continua a se desenvolver, e a expectativa é que novas interações entre os líderes internacionais influenciem o futuro das relações entre a Ucrânia e seus aliados, especialmente em um momento em que as tensões e os desafios geopolíticos são evidentes.