Recentemente, o sigilo da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid foi derrubado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), provocando uma onda de reações em torno deste caso controverso.
Na última quinta-feira, 20 de fevereiro, Fábio Wajngarten, assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), saiu em defesa do ex-chefe do Executivo e qualificou as alegações de Mauro Cid como "inventadas". Wajngarten expressou sua indignação nas redes sociais, afirmando que, durante seu convívio próximo com Bolsonaro e Cid, ficou evidente que o ex-presidente não tinha relação com as ações mencionadas na delação.
“Não é verdade que o presidente deu ordem para adulterar o cartão de vacina dele porque ele nunca precisou de certificado algum para entrar e sair de qualquer país”, declarou Wajngarten. Ele também refutou as alegações de que Bolsonaro teria ordenado a venda de relógios para cobrir despesas, insistindo que tais questões eram gerenciadas pela equipe de assessores do ex-presidente. Afirmou que a ideia de alterar as contas não poderia ter partido do presidente, mas deveria ter origem na mente criativa de Cid.
“CID MENTE. Delação INVENTADA conforme gosto do freguês”, completou Wajngarten, em uma crítica direta ao conteúdo da delação de Cid, que também levanta questões sobre sua veracidade.
No dia anterior, 19 de fevereiro, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, havia determinado a derrubada do sigilo do acordo de delação, o que tornou públicos os 14 depoimentos de Cid. Ele revelou em seu depoimento que Wajngarten tentou obter informações sobre seu relato por meio de contatos com membros de sua família. Cid alegou que Wajngarten fez tentativas de se comunicar com seu pai e sua esposa, mostrando claramente sua preocupação sobre a delação.
Outra revelação séria na delação de Cid foi a alegação de que Bolsonaro teria ordenado a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos registros do Ministério da Saúde, tanto em seu nome quanto no da filha, Laura Firmo Bolsonaro. Cid relatou que os certificados de vacinação foram impressos e entregues diretamente ao ex-presidente.
Além disso, Cid abordou o polêmico caso das joias. Ele revelou que foi aos Estados Unidos atender a um pedido de Bolsonaro para vender um conjunto de relógios e um kit de joias de ouro branco, resultando em um total de US$ 86 mil. Segundo Cid, a venda foi feita de maneira discreta, em parcelas, para não levantar suspeitas. O tenente-coronel esclareceu que a primeira parte, no valor de US$ 18 mil, foi diretamente destinada a Bolsonaro, destacando que a decisão de vender esses itens surgiu de uma necessidade financeira expressa pelo ex-presidente.
Esse imbróglio entre a delação de Cid e as defesas de Wajngarten e Bolsonaro destaca a complexidade e os desdobramentos da política brasileira contemporânea. As alegações feitas, tanto por Cid quanto as contrárias de Wajngarten, geram uma série de novas questões a serem exploradas pela mídia e pelo público.
Com o sigilo da delação agora revogado, a expectativa é que mais informações venham à tona, possivelmente alterando o cenário político atual e as percepções sobre as figuras envolvidas. A sequência desses eventos deve ser acompanhada de perto, uma vez que as implicações políticas e jurídicas podem ser significativas.
O que você acha sobre as alegações e defesas apresentadas? Compartilhe suas opiniões e reflexões nos comentários!