O aumento dos preços dos ovos tem gerado preocupação entre os consumidores no Brasil e nos Estados Unidos, com uma alta de quase 50% nos custos. No contexto atual, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou os preços exorbitantes da cartela de ovos como 'absurdos', ressaltando a impossibilidade de controle imediato sobre essas oscilações.
A principal causa do aumento nos preços nos EUA é a gripe aviária, que resultou em problemas de abastecimento. Apesar de o Brasil conseguir controlar até o momento a disseminação da gripe em granjas comerciais, os preços no país também têm apresentado uma alta significativa. Em janeiro, o aumento chegou a 40% em algumas regiões, conforme dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
No interior paulista, a situação é alarmante: em Bastos, o preço da caixa com 30 dúzias subiu de R$ 149,99 no início de janeiro para R$ 208,99 em fevereiro, o que representa uma variação de 45,14%. Em comparação, no mesmo período do ano anterior, o preço era de R$ 169,16.
A demanda pelo ovo tem aumentado, especialmente com o início do ano letivo, levando a uma nova elevação nos preços. De acordo com a pesquisadora Cláudia Scarpellin, "a expectativa é de que os preços permaneçam elevados até a Quaresma, quando a demanda por proteínas como ovos normalmente aumenta".
Nos Estados Unidos, a crise no abastecimento de ovos está diretamente ligada à disseminação da variante H5N1 da gripe aviária. Em um só mês, 18,8 milhões de aves poedeiras morreram como resultado da doença, impactando drasticamente a produção. Em janeiro, a dúzia de ovos chegou a custar até US$ 8,35 na Califórnia e US$ 7,24 em Nova York.
Com a quantidade de aves reduzida, o preço continua submetido a pressões, e as projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicam um aumento de 20% no preço dos ovos em 2025. Para o futuro, a produção per capita está projetada para reduzir, refletindo o impacto da diminuição do plantel nos últimos anos.
No Brasil, mesmo com um aumento na produção de ovos de 10,5% no ano anterior, a oferta vem sendo controlada pelos produtores. O retorno das aulas aumentou a demanda e, como consequência, os preços têm subido. Além do fator sazonal, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) explicou que a comercialização de ovos ganhou força após um longo período de preços baixos, com o consumidor mudando suas preferências em relação às carnes.
Adicionalmente, os custos de produção também subiram, com um aumento de 30% no preço do milho e uma elevação superior a 100% nos custos com embalagens. Além disso, o aumento das temperaturas afeta negativamente a produtividade das aves, conforme reiterado pela ABPA.
Diante da crise nos EUA, o Brasil pode encontrar novas oportunidades para exportação. A ABPA destaca que o Brasil não apresenta registros de surtos em granjas comerciais, o que pode ser um diferencial positivo para o mercado internacional. Contudo, o acesso a esses mercados é limitado pela falta de protocolos sanitários adequados.
Como se vê, a situação atual demanda atenção, tanto para os consumidores, que enfrentam os altos preços, quanto para os produtores, que precisam se adaptar à nova realidade do mercado. Para maiores informações e um aprofundamento no tema, continue acompanhando as notícias do setor, e não hesite em compartilhar suas opiniões sobre o que você acha da situação atual.