O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, podem se encontrar ainda neste mês. Essa possibilidade surge após uma conversa telefônica entre os líderes que ocorreu no início de fevereiro e uma reunião que tratou de questões relacionadas à guerra na Ucrânia e à diplomacia entre os dois países.
Trump, que comentou sobre o encontro potencial, destacou que provavelmente terá uma reunião com Putin em breve e minimizou as preocupações da Ucrânia sobre a possibilidade de ser excluída das negociações entre EUA e Rússia que estão sendo realizadas na Arábia Saudita. Além disso, o ex-presidente sugeriu que a Ucrânia poderia ter chegado a um entendimento com a Rússia anteriormente.
Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, declarou que a reunião realizada em Riade foi um "passo muito, muito importante" para progressos nas discussões sobre a guerra na Ucrânia, que se aproxima de seu quarto ano. Ele reforçou que, embora o encontro entre Putin e Trump seja uma possibilidade, ainda há muitos passos a serem dados antes que um acordo possa ser alcançado.
Trump também enfatizou que não houve necessidade de a Ucrânia "iniciar" o conflito com a Rússia. A Rússia, por sua vez, afirmou que Putin está seriamente interessado em chegar a uma solução pacífica para a situação na Ucrânia.
Peskov, ao ser questionado sobre uma possível reunião entre os dois líderes neste mês, respondeu que "possivelmente sim e não", sinalizando dúvidas sobre a viabilidade imediata do encontro. O último encontro cara a cara entre um líder russo e um estadunidense ocorreu em junho de 2021, durante uma cúpula entre Putin e o presidente Joe Biden em Genebra. Após isso, as interações se limitaram a telefonemas e mensagens intermediadas.
Durante sua presidência, Trump alterou a política ocidental em relação à Rússia e à Ucrânia, promovendo negociações diretas com o Kremlin, mesmo sem a participação do atual presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ou de aliados europeus. O ex-presidente tem expressado seu desejo de colocar um fim à guerra, acreditando que Putin também esteja interessado em fazer um acordo.
No entanto, os detalhes sobre como lidar com o conflito, que resultou em grandes devastamentos na Ucrânia e causou a morte ou ferimentos a centenas de milhares de pessoas, ainda precisam ser elaborados. O conflito, que também tem gerado preocupações sobre um confronto direto entre as duas potências nucleares, é considerado a guerra mais mortal na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
A reunião em Riade marca a primeira vez que representantes dos EUA e da Rússia se sentaram para discutir um possível fim para o conflito ucraniano, que teve início em 2014, após a derrubada do presidente apoiado pelo Kremlin durante a Revolução Maidan. Desde então, a Rússia anexou a Crimeia, e forças separatistas ligadas a Moscou têm lutado contra as tropas ucranianas.
No início de 2022, Putin lançou uma "operação militar especial" na Ucrânia, alegando que a ação era necessária para proteger os cidadãos de fala russa no país e combater o que ele considerava uma grave ameaça à Rússia devido à possível adesão da Ucrânia à Otan. Por outro lado, Zelensky e países ocidentais caracterizam a invasão como uma tentativa imperialista de apropriação de terras, o que colocaria em risco a segurança na Europa, levantando preocupações de que tais ações possam se expandir além da Ucrânia.
A Rússia refuta essas alegações, descrevendo-as como infundadas. Com a continuidade das tensões, jornalistas e analistas internacionais seguem atentamente as possíveis interações entre Putin e Trump, uma vez que essas discussões podem determinar o futuro das relações entre os dois países e o estado da guerra na Ucrânia.