O ex-presidente da Argentina, Alberto Fernández, se tornou réu em um caso de violência de gênero visando sua ex-primeira-dama, Fabiola Yañez. O juiz federal Julián Ercolini determinou que Fernández deve se manter a uma distância mínima de 500 metros de Yañez e se abster de qualquer tipo de contato com ela, seja por mensagens, ligações ou e-mails.
Fernández enfrenta a acusação de violência contra Yañez, além da apreensão de ativos no valor de US$ 10 milhões, conforme noticiado pela emissora TN, afiliada à CNN. Embora a proibição de deixar o país tenha sido revogada, o ex-presidente é obrigado a informar ao tribunal sobre qualquer viagem internacional com uma antecedência de pelo menos 72 horas.
Na decisão judicial, o juiz Ercolini determinou que Fernández será investigado por dois casos de lesões leves, tipificados de forma agravada devido ao contexto de violência de gênero, e por ferimentos graves, também agravados por esse contexto, além de ameaças coercitivas.
Em sua defesa, Alberto Fernández admite ter tido “discussões” com Yañez, mas nega ter cometido qualquer ato de violência física. Recentemente, ele renunciou à presidência do seu partido após a denúncia de abuso. O juiz ainda decidiu manter restrições às suas liberdades, como o fim de qualquer forma de perseguição ou intimidação contra a ex-primeira-dama.
Fabiola Yañez apresentou a queixa contra o ex-presidente em agosto de 2024. Em seu depoimento, ela alegou que Fernández praticava violência de gênero desde 2016. Segundo Yañez, o ex-presidente se aproveitou de sua vulnerabilidade e impôs a ela um padrão de violência psicológica, que incluía assédio, controle e desrespeito.
Além disso, a ex-primeira-dama relatou episódios de violência física, especialmente quando tentou deixar o apartamento que compartilhavam em Buenos Aires. Após a eleição de Fernández, Yañez afirmou que tal violência se intensificou quando engravidou, entre julho e agosto de 2021.
Yañez conta que foi agredida fisicamente pelo ex-presidente, incluindo episódios em que ele a agarrou pelo pescoço e a atingiu com tapas e socos. Ela também mencionou uma foto, onde aparece com hematomas, ocorrida em 21 de junho de 2021.
Apesar de ter se mudado para Madri, na Espanha, com o filho Francisco, Yañez afirmou que a violência continuou, com o ex-marido exercendo controle econômico sobre ela e fazendo ameaças de suicídio em reação ao processo judicial que ele estava enfrentando.
Fernández respondeu às alegações com um extenso documento de 200 páginas, no qual nega as acusações de violência e questiona a imparcialidade do juiz responsável pelo caso. Em sua defesa, ele se descreve como vítima, alegando que Yañez apresentava comportamento violento e que seus próprios problemas com álcool eram em parte atribuídos a ela.
“Ela se tornou violenta, me atacando com força singular. Só consegui segurar as mãos dela para evitar os golpes”, declarou Fernández, destacando a gravidade das acusações que enfrenta.
O caso de Alberto Fernández ressalta a importância da discussão sobre violência de gênero, a necessidade de mecanismos de proteção para as vítimas e a repercussão que estas questões têm na política argentina e nas relações sociais.
As alegações de violência contra Alberto Fernández têm gerado repercussões consideráveis, não apenas em sua vida pessoal, mas também em sua trajetória política. É crucial que a sociedade esteja atenta a essas questões e apoie as vítimas de violência de gênero. Que tal deixar sua opinião sobre o assunto nos comentários? Compartilhe este artigo e ajude a espalhar a conscientização sobre a violência doméstica.