A economia do Japão apresentou um crescimento mais robusto do que o previsto no quarto trimestre, impulsionada pelo aumento nos gastos das empresas e uma surpreendente elevação no consumo doméstico. Segundo os dados preliminares divulgados nesta segunda-feira (17), o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 2,8% em termos anualizados no período de outubro a dezembro, superando a expectativa de 1,0% prevista em uma pesquisa da Reuters.
Esse resultado se segue a um crescimento revisado de 1,7% no trimestre anterior e representa um aumento de 0,7% em relação ao trimestre anterior, um desempenho também superior à estimativa de alta de 0,3% esperada pelos analistas. Entretanto, os especialistas alertam que a performance positiva foi em parte influenciada por uma queda nas importações, que melhorou a balança comercial, além dos pagamentos de bônus de fim de ano realizados aos trabalhadores.
“Os detalhes dos resultados indicam que a economia não foi tão forte quanto o número principal sugere”, comentarou Kazutaka Maeda, economista do Instituto de Pesquisa Meiji Yasuda. O consumo privado, que representa mais da metade da produção econômica do Japão, aumentou 0,1%, superando a previsão de queda de 0,3%, porém, desacelerando em relação ao crescimento de 0,7% registrado no trimestre anterior.
Segundo Maeda, o aumento no consumo foi impulsionado pelos generosos bônus de fim de ano, mas há uma expectativa de queda nos índices a partir de janeiro, com o esgotamento desse efeito. “A tendência subjacente permanece fraca em meio ao aumento dos preços dos alimentos”, alertou ele.
Os gastos de capital, que são um dos principais motores do crescimento sustentado pela demanda privada, aumentaram 0,5% no quarto trimestre. No entanto, este crescimento ficou abaixo da estimativa de 1,0% e veio depois de um declínio no trimestre anterior. O indicador de Capex é notoriamente volátil e sujeita-se a grandes revisões que podem alterar significativamente os resultados.
O governo japonês divulgará os dados revisados do PIB do trimestre de dezembro no dia 11 de março. A demanda externa líquida, que se refere à diferença entre exportações e importações, contribuiu com 0,7 ponto percentual para o crescimento, revertendo a contribuição negativa observada entre julho e setembro.
O Ministro da Economia do Japão, Ryosei Akazawa, afirmou que é esperado um padrão de recuperação gradual da economia. “Contudo, precisamos estar alertas para o impacto dos aumentos contínuos dos preços de alimentos e outros itens do dia a dia sobre os gastos dos consumidores, devido à pressão negativa sobre o sentimento do consumidor”, acrescentou.
Os dados do PIB também sustentam a perspectiva do Banco do Japão de que a demanda, a inflação e o crescimento estão, de algum modo, firmes o suficiente para justificar novos aumentos nas taxas de juros ao longo deste ano. Uichiro Nozaki, economista do Nomura Securities, destacou que “o resultado do PIB não indica uma situação em que o Banco do Japão precise interromper o aumento das taxas, embora não há necessidade de apressar essa ação”.
Com um cenário de crescimento econômico favorável, especialistas apontam que a economia japonesa tem potencial para continuar se recuperando, desde que geridas com cuidado as pressões inflacionárias e os desafios nas consumos internos. O que se observa, portanto, é um momento decisivo para a economia do Japão, que poderá enfrentar tanto oportunidades quanto adversidades nos próximos meses.
É crucial que o governo e o Banco do Japão permaneçam atentos às tendências econômicas emergentes e ajustem suas políticas conforme necessário, a fim de garantir uma recuperação robusta e sustentável, que beneficie consumidores e empresas em todo o país.
Com um cenário econômico em constante evolução, fica a expectativa para os próximos passos das autoridades e como os consumidores e empresas responderão a essas mudanças. Se você tem uma opinião sobre este assunto, não hesite em compartilhar nos comentários abaixo!