Jonas Pereira Gualberto enfrenta a dor de ter perdido seu filho de 1 ano, Miguel Tayler Pereira Gualberto, em um trágico acidente de afogamento em Planaltina, Goiás. A situação se agrava pelo fato de que Jonas foi detido injustamente, enquanto estava cuidando de seus filhos pequenos durante a prisão.
O afogamento ocorreu quando Miguel caiu em uma piscina enquanto seu pai estava sendo levado pela polícia. Em uma declaração à TV Anhanguera, Jonas expressou sua angústia, dizendo: "Eu acho que nunca vai ter justiça, porque aconteceu de uma criança morrer inocente, sem ter culpa de nada. Eu sei que nada vai trazer ele de volta, mas, pelo menos, vamos ter uma condição de dar uma vida melhor para os irmãos dele."
A detenção de Jonas aconteceu em julho de 2020, e ele ficou sob custódia enquanto cuidava de seus filhos de 1, 3 e 6 anos. A esposa de Jonas, na ocasião, estava no supermercado. Ele explicou: "Meus meninos estavam no quarto, assistindo [TV] no começo da casa. No momento que saí no portão para pegar a vassoura, eles [policiais] já me algemaram e falaram que eu estava preso."
Pouco tempo após a prisão, uma testemunha não o reconheceu e ele foi liberado. No entanto, ao retornar para casa, recebeu a trágica notícia do afogamento do seu filho. Raifra da Silva, mãe da criança, recordou o desespero ao encontrar o bebê na piscina. Ela disse: "Eu pulei dentro da piscina, peguei pelos pés dele, coloquei nos meus braços, saí com ele desesperada correndo até o portão da área de casa. Uma dor terrível, parece que o chão desabou. O mundo para mim acabou. Agora só quero que isso não fique impune."
Embora o menino tenha recebido atendimento, não conseguiu resistir. Inicialmente, a ocorrência foi tratada como um acidente, mas novas investigações revelaram que Miguel havia sido vítima de um crime. A Polícia Civil identificou que o primo de 26 anos de Miguel teria sido o responsável pelo trágico acontecimento, agindo por vingança contra o pai do bebê.
O delegado Humberto Soares detalhou que o motivo da tragédia estava ligado a uma briga anterior entre o primo e Jonas, o que levou o jovem a provocar a morte da criança. "Esse jovem levou uma surra do tio, que era o pai do bebê, semanas antes da criança se afogar. Durante a reprodução simulada, nós constatamos que ele foi o último adulto a ver a criança com vida e praticou o crime para se vingar do tio", contou o delegado aos meios de comunicação.
Após a prisão injusta e a perda do filho, a Justiça determinou que o governo de Goiás indenizasse Jonas em R$ 500 mil por danos morais. Essa decisão foi anunciada em outubro de 2024 e resulta da constatação de que a situação que levou à morte de Miguel estava ligada à omissão dos agentes públicos. A Procuradoria Geral do Estado (PGE-GO) já se mostrou comprometida em realizar o pagamento dessa indenização.
Por mais que a compensação financeira ofereça algum alívio, Jonas destaca que a dor pela perda de seu filho permanece. A família ainda busca justiça diante das atrocidades pelas quais passou, conforme revelado em suas declarações e na luta por uma resposta adequada ao sucedido.
As famílias que passam por situações semelhantes muitas vezes enfrentam longas batalhas emocionais e legais. O envolvimento da justiça é crucial, mas, como demonstrado no caso de Jonas, a caminhada até a reparação é repleta de desafios e angústias. Jonas finaliza: "Nada vai trazer ele de volta, mas a luta por justiça pelo meu filho deve continuar."