Nos últimos dias, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem se encontrado com diversos líderes internacionais no Salão Oval, realizando uma série de visitas que superam, em número, o que foi visto nas administrações recentes, exceto durante seu primeiro mandato. Estes encontros, embora intensos, não resultaram em grandes anúncios, o que é típico em reuniões de cúpula agendadas com antecedência.
Um dos assuntos mais discutidos foi o plano controverso de Trump que envolve a gestão da situação em Gaza e a proposta de movimentação dos palestinos. Essa informação foi, surpreendentemente, adicionada às suas declarações ao lado do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, durante um encontro conjunto.
Os encontros refletem uma estratégia de aproximação, com os líderes apreciando a importância do contato pessoal. As bandeiras de Israel, Japão e Índia estão hasteadas em frente à Blair House, a residência oficial de hóspedes da presidência, simbolizando a importância desses encontros. O rei Abdullah II da Jordânia, por sua vez, optou por se hospedar em outro local.
Até agora, Trump recebeu mais líderes internacionais do que Barack Obama recebeu em seu primeiro mês de mandato. Enquanto Obama esperou até o final de fevereiro para fazer seu primeiro encontro, Trump já acolheu quatro líderes em suas primeiras duas semanas, proporcionando tempo valioso para o diálogo.
Apesar de suas limitações, a agenda de visitas de Trump destaca seu foco em se reunir com aliados próximos. O rei Abdullah sempre foi um visitante frequente, sendo o primeiro líder árabe a se encontrar com um novo presidente americano. O primeiro-ministro japonês, por sua vez, costuma ser o primeiro líder asiático a ser convidado.
As reuniões não apenas resultaram em uma troca de presentes simbólicos, como também revelaram a dinâmica delicada entre as lideranças. Netanyahu, por exemplo, presenteou Trump com um pager banhado a ouro, que remete a uma operação militar específica realizada por Israel no passado. Em contrapartida, o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, fez elogios ao presidente americano, referindo-se a ele como uma figura de forte personalidade, ao mesmo tempo que expressou admiração por sua sinceridade.
A ocasião não foi apenas uma chance de socialização, mas também uma oportunidade para discutir questões críticas de política internacional. Modi da Índia, por exemplo, tinha uma forte motivação para impressionar Trump, refletindo na sua histórica apresentação em um estádio na Índia vestindo a bandeira americana. Durante sua visita mais recente, Modi fomentou a ideia de uma parceria poderosa entre Estados Unidos e Índia, usando slogans que evocam a força das campanhas políticas americanas, como o famoso 'Make America Great Again'.
Entretanto, essas reuniões também revelaram tensões, especialmente com relação a planos controversos de Trump em relação à Palestina. Abdullah, ao abordar o tema delicado das migrações em massa de palestinos para a Jordânia, deixou clara sua desaprovação, embora esses pontos de discórdia não tenham desviado a atenção de Trump da sua visão.
Logo após a reunião com Abdullah, Trump gravou uma mensagem destacando as qualidades do rei, reforçando a imagem positiva que pretende passar aos jordanianos: “Vocês têm um rei que é um homem tremendo, ele é um líder, ele tem um coração maravilhoso”. A mensagem visava estabelecer um clima amigável, mesmo diante das preocupações levantadas.
A crescente aproximação com esses líderes destaca as prioridades de Trump em promover uma agenda de relações exteriores que enfatiza conexões pessoais e apoiadores de sua administração, mesmo em meio a reservas e desafios em torno de políticas criticadas mundialmente.
Esses encontros, na prática, ajudam a moldar a trajetória política que o presidente deseja seguir e revelam não apenas suas preferências, mas também como a diplomacia pode ser influenciada por estilos pessoais de liderança.