A recente pesquisa Datafolha, divulgada na sexta-feira, revelou uma queda alarmante na aprovação do presidente Lula, que agora atinge apenas 24%. Esta marca representa uma diminuição de 11 pontos percentuais em apenas dois meses e é a mais baixa registrada em seus três mandatos. A reprovação do governo também é significativa, com 41% dos entrevistados avaliando a gestão como ruim ou péssima, um aumento em relação aos 34% registrados em dezembro. Outros 32% consideram sua administração regular. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais, tanto para mais quanto para menos.
No Nordeste, região tradicionalmente favorável ao petismo, Lula enfrenta uma queda ainda mais acentuada, com a aprovação despencando 16 pontos, chegando a 33%. A pesquisa revelou que a perda de popularidade abrange todas as faixas de renda, mas é mais crítica entre os que recebem até dois salários mínimos. Esse declínio coincide com uma série de crises no governo e uma alta na inflação dos alimentos.
Um dos fatores que mais contribui para essa desaceleração é a chamada "crise do Pix", que ocorreu após um fluxo de desinformação nas redes sociais sobre novas regras que a Receita Federal pretendia implementar para transações acima de R$ 5 mil. Essa onda de desinformação teve um impacto negativo significativo, levando Lula a revogar a norma proposta.
Em resposta a essa situação, o presidente buscou reformular sua equipe de comunicação. Sidônio Palmeira foi nomeado para a Secretaria de Comunicação (Secom) há um mês, prometendo revitalizar o setor ao centralizar declarações e aumentar a presença de Lula nas redes sociais. Apesar dessas medidas, o governo ainda enfrenta dificuldades na competição por interações nas mídias sociais, e alguns ministros continuam a se pronunciar sem a devida orientação da secretaria.
A queda na popularidade acende um sinal de alerta no Palácio do Planalto. Aliados do governo expressam preocupação, caracterizando a pesquisa como uma "bomba atômica" e reconhecendo a necessidade de mudanças. Quanto à possibilidade de uma reeleição, Lula declarou que está aberto à discussão: "Agora, se eu vou ser candidato ou não, tem uma discussão com muitos partidos políticos, com a sociedade brasileira. Eu tenho 79 anos, eu tenho que ter consciência comigo mesmo, eu não posso mentir para ninguém e muito menos para mim. Se eu tiver com saúde, com energia… Se eu tiver legal e achar que posso ser candidato, eu posso ser candidato."
Diante desse cenário desafiador, o governo se vê diante da urgência de estratégias eficazes para recuperar a confiança dos eleitores e navegar pelas turbulências políticas que se avizinham.