O vice-presidente dos EUA, JD Vance, fez declarações contundentes, indicando que Moscou poderá enfrentar sanções e até mesmo ações militares caso Vladimir Putin não aceite um acordo de paz que assegure a independência a longo prazo da Ucrânia. As informações foram veiculadas pelo Wall Street Journal na quinta-feira (13). Vance afirmou: "Existem ferramentas econômicas de alavancagem, existem, é claro, ferramentas militares de alavancagem" que os EUA podem empregar contra o presidente russo. Ele enfatizou a importância da independência soberana da Ucrânia ao comentar que "há inúmeras formulações, configurações, mas nos importamos com a independencia soberana da Ucrânia".
Trump, por sua vez, também fez comentários sobre a situação, revelando uma conversa com Putin e outra com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, na quarta-feira (12). Após essas conversas, Trump solicitou que oficiais americanos iniciassem negociações para pôr fim ao conflito que já dura quase três anos. Essas negociações ocorreram logo após declarações do secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, que comunicou a aliados militares da Ucrânia em Bruxelas que retornar às fronteiras ucranianas anteriores à anexação da Crimeia pela Rússia é uma possibilidade improvável e que a adesão de Kiev à OTAN não faz parte da solução desejada.
Em coletiva de imprensa no Salão Oval, Trump descreveu que a Ucrânia deve estar presente em qualquer mesa de negociações sobre a paz com a Rússia. A liderança de Kiev, entretanto, destacou que seria prematuro discutir com Moscou na conferência de segurança agendada para sexta-feira (14) na Alemanha.
“Acho que há um acordo que vai sair disso que vai chocar muita gente”, declarou Vance, de acordo com o Wall Street Journal. Ele acrescentou que o presidente não estará cego nas negociações: “Ele vai dizer: ‘Tudo está na mesa, vamos fazer um acordo.’” O vice-presidente também destacou que Trump pode mudar seu posicionamento dependendo da evolução das negociações. “O presidente Trump pode dizer, olha, não queremos isso, podemos não gostar disso, mas estamos dispostos a colocá-lo de volta na mesa se os russos não forem bons parceiros de negociação, ou se houver coisas muito importantes para os ucranianos que podemos querer tirar da mesa”, analisou.