Durante uma cerimônia em Belém nesta sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o estado do Pará deveria ter sido escolhido para representar a Região Norte na Copa do Mundo de 2014, em vez do Amazonas. Essa declaração ocorreu enquanto Lula visitava as obras do local que sediará a COP30, programada para novembro.
“A Copa do Mundo… o estado do Norte que deveria receber a Copa era o Pará. Mas quem escolheu foi a Fifa, por razões óbvias que vocês conhecem”, comentou o presidente, apontando as decisões da federação internacional de futebol que influenciaram essa escolha. Ele aproveitou a oportunidade para recordar as duras críticas enfrentadas pela gestão da ex-presidente Dilma Rousseff em relação à realização desse grande evento esportivo no Brasil.
O presidente prosseguiu: “Vocês estão lembrados o massacre que sofremos pela internet, contra a realização da Copa do Mundo. Tudo, muito pela internet, era de que a gente quer escola padrão Fifa, saúde padrão Fifa, tudo padrão Fifa. E foi se criando um clima de animosidade contra a Copa do Mundo, que o Brasil até pensou em desistir de fazer a Copa do Mundo”. Essas palavras ilustram a tensão social que prevaleceu na época, quando muitos brasileiros questionaram a priorização de eventos esportivos em detrimento de investimentos em áreas essenciais como educação e saúde.
Lula também enfatizou a necessidade de perspectiva e de coragem para o desenvolvimento do país. “E qualquer evento que a gente tentar fazer, sempre vai acontecer daquelas pessoas que dizem: por que gastar dinheiro nisso? Por que investir nisso? Porque a gente tem que parar de ser pequeno, parar de ser tacanho. Esse país é grande e precisa ter a coragem de levantar o pescoço e dizer que quer fazer as coisas”.
Essas declarações refletem não apenas a visão de Lula sobre a importância de grandes eventos para o Brasil, mas também um apelo à superação de uma mentalidade limitada em relação ao investimento em infraestrutura e capacidade do país para sediar eventos de grande porte.
A realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil foi marcada por controvérsias e debates intensos, especialmente em relação aos gastos públicos e à qualidade dos serviços oferecidos à população. O presidente, ao levantar questões como a escolha do local sediador e as críticas subsequentes, quer relembrar o passado e estimular uma reflexão sobre a vontade do Brasil de se afirmar como um país com grande potencial.
Este discurso serve como um convite para a população refletir sobre o desenvolvimento nacional e como eventos esportivos podem influenciar positivamente o país, se acompanhados de uma adequada responsabilidade social e econômica.