Nesta quarta-feira (12), o presidente americano, Donald Trump, anunciou que houve uma conversa com o líder russo, Vladimir Putin, onde foi discutida a possibilidade de uma reunião na Arábia Saudita. O republicano destacou que a data exata ainda não foi definida, mas enfatizou que o encontro está em uma fase avançada, após as duas lideranças conversarem por aproximadamente uma hora e meia no primeiro contato desde o início do conflito na Ucrânia.
Trump revelou que tanto ele quanto Putin conhecem bem o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, e mencionou que essa poderia ser uma localização ideal para a cúpula. "Não foi definida (uma data), mas não é em um futuro muito distante", afirmou Trump, indicando que ambos estão ansiosos para trabalhar juntos em direção a um acordo de paz.
Além do diálogo com Putin, Trump também teve uma conversa importante com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Durante esta reunião, o líder americano expressou a intenção de auxiliar na cessação das hostilidades e destacou que os próximos passos já estão sendo delineados em conjunto com a Ucrânia. Quando questionado se haveria uma reunião pessoal com Zelensky, Trump respondeu que ainda não há nada confirmado, mas consideraria isso.
Zelensky, por sua vez, manifestou sua urgência em esclarecer alguns pontos relacionados ao auxílio militar dos Estados Unidos e a proposta de acordo de minerais, que são vitais para a tecnologia moderna e que estão disponíveis na Ucrânia. Ele enfatizou: "Uma vez que este conflito acabar, este acordo vai fornecer um escudo de segurança de longo prazo para todos os ucranianos". Essa discussão também abrange as trocas comerciais que ocorrerão após o término do conflito.
O presidente ucraniano expressou ansiedade em rever os detalhes dessa oferta, principalmente no que diz respeito aos minerais nas áreas ocupadas pela Rússia. Ele afirmou: "Para mim, os detalhes são importantes: o que será dos minerais que estão em territórios ocupados?" Zelensky ressaltou que a definição desse aspecto será parte de uma futura conversa com Trump, especialmente antes da Conferência de Segurança de Munique, marcada para esta sexta-feira.
Durante esse período, Zelensky recebeu a visita do secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, que já faz parte da equipe do governo Trump. Juntos, eles abordaram questões relacionadas ao acordo de minerais e discutirão estratégias que garantam apoio contínuo a Kiev.
A Conferência de Segurança de Munique promete ser um evento significativo, com a presença do vice-presidente americano, JD Vance, e do secretário de Estado, Marco Rubio. O encontro ocorre em meio a crescente incerteza sobre o compromisso dos EUA com a segurança na Europa, especialmente diante de tensões comerciais.
Em paralelo, o encontro dos ministros da Defesa da Otan trouxe à tona pedidos de maior investimento por parte dos países europeus na aliança militar. O secretário de Defesa americano, Pete Hegseth, enfatizou que os EUA se comprometem a assegurar a paz no Indo-Pacífico, em resposta a ameaças da China, ao mesmo tempo em que se preocupam com a segurança europeia.
Hegseth também comentou sobre a adesão da Ucrânia à Otan, afirmando que os Estados Unidos não veem isso como um resultado viável em um acordo negociado. A questão da expansão da aliança há muito preocupa Vladimir Putin, e neste contexto, Hegseth defendeu uma reavaliação das fronteiras ucranianas para que se possa alcançar uma solução realista para a guerra no leste europeu. “Queremos, tal como vocês, uma Ucrânia soberana e próspera. Mas temos que começar por reconhecer que regressar às fronteiras da Ucrânia anteriores a 2014 é um objetivo irrealista”, concluiu o secretário.