O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, expressou a disposição de negociar uma troca de territórios com a Rússia, sugerindo que se as partes chegarem a um acordo de paz, ele estaria aberto a discutir a troca de áreas controladas pelos soldados ucranianos na região de Kursk por territórios ocupados por forças russas. "Trocaremos um território por outro", afirmou Zelensky em uma entrevista ao jornal britânico Guardian, ressaltando que ainda não tem definidos quais territórios ucranianos seriam pedidos em troca.
Zelensky afirmou: "Não sei, veremos. Mas todos os nossos territórios são importantes, não há prioridade". Esse comentário vem em um momento em que as operações militares na região de Kursk, por parte da Ucrânia, têm sido frequentemente abordadas, destacando o desejo de reverter ganhos territoriais russos.
Atualmente, a Rússia ocupa cerca de 20% do território ucraniano, especialmente nas regiões leste e sul, enquanto o conflito se aproxima de seu terceiro aniversário. No ano passado, a Ucrânia lançou uma ofensiva na região de Kursk e ainda mantém controle sobre algumas partes, apesar de ter enfrentado contra-ataques russos que resultaram em perdas territoriais.
Autoridades ucranianas indicaram que a operação em Kursk tinha como objetivo proteger as áreas da fronteira e que o território capturado poderia ser crucial em futuras negociações de paz. Recentemente, as possibilidades de uma resolução pacífica do conflito aumentaram consideravelmente, especialmente após a ascensão de Donald Trump ao cargo de presidente dos Estados Unidos, que expressou interesse em intermediar o diálogo entre os dois países.
Zelensky reiterou que, para qualquer acordo de paz ser viável, deve incluir garantias sólidas de segurança para a Ucrânia, com a intenção de evitar futuras agressões por parte da Rússia. Na semana passada, Trump sugeriu que poderia se encontrar com Zelensky para discutir maneiras de encerrar o conflito.
A invasão da Ucrânia pela Rússia começou em fevereiro de 2022, com o Kremlin entrando no país a partir de diversas frentes, incluindo a fronteira russa, a Crimeia e a Belarus, um país que é um forte aliado. Apesar dos avanços iniciais das forças russas, a resistência ucraniana conseguiu preservar o controle sobre Kiev, embora a cidade tenha sido alvo de diversos ataques ao longo do conflito.
As ações do Kremlin geraram forte condenação internacional, com sanções econômicas sendo impostas pela comunidade ocidental. Em outubro de 2024, após um longo período de combate, a guerra atingiu o que analistas definem como um dos momentos mais críticos até o presente.
Recentemente, as tensões aumentaram ainda mais quando o presidente russo, Vladimir Putin, decidiu lançar um míssil hipersônico de alcance intermediário em um ataque ao solo ucraniano. Embora o projétil transportasse ogivas convencionais, é importante notar que esse míssil possui a capacidade de carregar material nuclear, o que eleva a gravidade da situação. Este lançamento se deu após a Ucrânia realizar ofensivas que invadiram o território russo, utilizando armamentos fornecidos por aliados ocidentais como os Estados Unidos, Reino Unido e França.
A inteligência ocidental também levantou preocupações sobre a suposta participação de tropas da Coreia do Norte no conflito. Tanto Moscou quanto Pyongyang não desmentiram nem confirmaram essas alegações, deixando dúvidas sobre a extensão da cooperação militar entre os dois países.
Putin, que promoveu uma mudança em sua cúpula militar ao substituir seu ministro da Defesa em maio, declarou que as operações russas avançam de maneira mais eficaz e que a Rússia alcançará todos os seus objetivos na Ucrânia, embora não tenha detalhado quais são esses objetivos. Por outro lado, Zelensky acredita que Putin visa não apenas a ocupação total da região de Donbass, que inclui as províncias de Donetsk e Luhansk, mas também a expulsão das tropas ucranianas da região de Kursk, que está sob controle parcial da Ucrânia desde agosto do último ano.