Trump critica restrição judicial ao governo de Musk
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou forte descontentamento com o judiciário, especialmente após uma decisão que limitou o acesso de Elon Musk aos gastos do Tesouro nacional. Em uma coletiva de imprensa realizada na terça-feira (11), Trump juntamente com Musk, comentou sobre a auditoria das despesas federais, ressaltando que é surpreendente que juízes queiram obstruir a luta contra a corrupção. O ex-presidente afirmou: "Parece difícil acreditar que os juízes queiram tentar nos impedir de combater a corrupção. Então, talvez tenhamos que olhar para os juízes, porque isso é uma violação muito grave".
Neste contexto, Trump já havia insinuado a possibilidade de não seguir ordens judiciais, mas depois suavizou sua postura, afirmando: "sempre obedecerei ao tribunal, mas depois tenho que apelar e o que ele (o juiz) fez, está desacelerando o bom momento e dando às pessoas desonestas mais tempo para encobrir seus erros". Musk, por sua vez, destacou que a responsabilidade de determinar a direção do país recai sobre os líderes eleitos, ressaltando que a população votou em uma grande reforma governamental.
Os comentários de Trump e Musk ocorrem em um clima de tensões entre a administração e o sistema judicial, especialmente após decisões que suspenderam decretos implementados pelo ex-presidente. Stephen Miller, vice-diretor de Políticas, provocou na rede social, sugerindo que "se um juiz local quiser controlar o poder executivo, ele deveria concorrer para presidente". Enquanto isso, o vice-presidente J.D. Vance afirmou que "os juízes não podem controlar o poder legítimo do executivo".
Mike Johnson, presidente da Câmara, também se manifestou, pedindo que os juízes permitam que o departamento de Eficiência, dirigido por Musk, funcione sem interferências: "Acho que os tribunais deveriam dar um passo atrás e permitir que esse processo avance. O que estamos fazendo é bom e certo para o povo americano".
A escalada das contendas judiciais teve início com a revogação de um decreto que eliminava o direito à cidadania por nascimento nos EUA. Posteriormente, houve a suspensão de um congelamento em gastos assistenciais promovido pela Casa Branca. Recentemente, a tentativa de Trump de encerrar as atividades da USAID, a agência americana de ajuda humanitária internacional, também enfrentou desafios, resultando na suspensão temporária de sua ordem para afastar milhares de funcionários da agência.
Em seu discurso ao lado de Trump, um dos republicanos destacou que "a USAID é realmente corrupta, e não consigo imaginar um juiz dizendo, 'pode ser corrupto, mas você não tem o direito'. Você foi eleito para cuidar do país, para como dizemos, 'tornar a América grande novamente', mas você não tem o direito de ir e olhar e ver se as coisas estão certas".
