A Rússia reafirmou, em declaração emitida na quarta-feira (12), que não considera a possibilidade de negociar a troca de território sob seu controle na Ucrânia por áreas na região de Kursk, atualmente sob domínio ucraniano. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, foi claro ao informar ao jornal The Guardian que está disposto a propor um acordo para troca de terrenos com o governo russo, visando facilitar um fim para o conflito. Essa proposta inclui áreas da região de Kursk que as forças ucranianas estão mantendo.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, sublinhou que as tropas russas estão dispostas a recuperar o controle de Kursk, onde uma incursão ucraniana ocorreu em agosto do ano passado, resultando na conquista parcial de território. Atualmente, a Rússia controla cerca de 20% do território da Ucrânia, o que equivale a mais de 112 mil quilômetros quadrados. Em contrapartida, o governo ucraniano mantém cerca de 450 quilômetros quadrados da parte ocidental da região de Kursk.
A invasão da Ucrânia pela Rússia, que teve início em fevereiro de 2022, se deu através de três frentes: a fronteira russa, a Crimeia e Belarus, um aliado forte do Kremlin. Nos primeiros momentos do conflito, as forças de Vladimir Putin obtiveram avanços significativos, mas a resistência ucraniana foi crucial para a manutenção do controle sobre a capital, Kiev, que também enfrentou ataques.
Desde então, a invasão gerou uma onda de condenações internacionais e resultou em sanções econômicas severas aplicadas ao Kremlin. A situação se agravou e, em outubro de 2024, especialistas indicam que a guerra se encontra em um de seus períodos mais críticos.
As tensões recentes aumentaram quando Vladimir Putin autorizou o uso de um míssil hipersônico de alcance intermediário em um ataque contra o solo ucraniano. Apesar de carregar ogivas convencionais, esse tipo de projétil tem a capacidade de transportar material nuclear. Essa ação ocorreu após a Ucrânia lançar uma ofensiva dentro do território russo, utilizando armamentos fornecidos por aliados ocidentais, incluindo os Estados Unidos, Reino Unido e França.
Relatos da inteligência ocidental também sugerem que a Rússia pode estar utilizando tropas da Coreia do Norte no conflito, embora tanto Moscou quanto Pyongyang não tenham confirmado ou negado essas informações.
O presidente russo, que recentemente trocou seu ministro da Defesa, declarou que as forças armadas russas estão progredindo de maneira mais eficaz e assegurou que a Rússia atingirá todos os seus objetivos na Ucrânia, embora os detalhes sobre esses objetivos não tenham sido especificados. Por sua vez, Zelensky expressou sua crença de que os principais alvos de Putin incluem a ocupação completa da região de Donbass, abarcando Donetsk e Luhansk, além da expulsão das tropas ucranianas do território controlado em Kursk, que foi conquistado por eles em agosto do ano passado.