O Partido Democrático Trabalhista (PDT) está se preparando para discutir a ampliação de sua participação no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Em um jantar marcado para esta quarta-feira, 12 de fevereiro, membros da bancada do partido no Congresso Nacional se reunirão com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e Carlos Lupi, presidente licenciado da sigla, para apresentar suas reivindicações.
Atualmente, o PDT detém apenas o comando do Ministério da Previdência Social, que é liderado por Lupi. A expectativa é que os integrantes do partido pressionem por uma maior representatividade, diante da percepção de que alguns partidos com mais influência no governo não estão correspondendo adequadamente ao apoio legislativo esperado. Neste contexto, a Casa Civil ainda não confirmou a realização do encontro agendado.
Além da reunião com Rui Costa, o PDT planeja encaminhar suas demandas também para Alexandre Padilha, atual ministro da Secretaria de Relações Institucionais, que se reunirá com a base do governo na manhã do mesmo dia.
O entendimento do PDT é que o governo deve valorizar aqueles que efetivamente estão apoiando a atuação legislativa no Congresso. Segundo membros do partido, existem organizações que, apesar de contarem com maior representação ministerial, não têm contribuído na mesma proporção para a aprovação de projetos e votação de pautas. Nesse sentido, o PDT atualmente sustenta apenas uma pasta, embora haja ministros que, apesar de serem filiados, foram indicados por outros partidos, como é o caso de Waldez Góes, ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, que atua na cota do União Brasil.
Na prática, a bancada do PDT conta com 18 deputados na Câmara e três senadores ativos no Senado. Entre os membros da sigla, existe uma percepção de que não é necessário pedir um ministério específico. Alguns sugerem que até mesmo uma pasta considerada menos valorizada, como o Ministério da Pesca, poderia atender às aspirações do partido. Este ministério atualmente é dividido com o PSD na Câmara, que busca uma posição mais forte.
Os rumores sobre uma possível reforma ministerial também estão em pauta, e Lula pode promover essa mudança de maneira gradual. A expectativa é de que as trocas sejam feitas em resposta a pedidos de partidos do Centrão, que estão solicitando mais espaço em troca de suporte estratégico no Congresso. No entanto, é importante notar que essa pressão não se limita apenas a partidos da direita; siglas de esquerda, como o PSB, também estão buscando ampliar sua participação no governo, especialmente após terem perdido ministérios importantes, como o de Portos e Aeroportos e o da Justiça e Segurança Pública desde o início da atual administração.
Entre as pastas que poderiam ser afetadas estão as mais relevantes, como a Indústria e Comércio, que é liderada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, do PSB. Apesar de não haver previsões imediatas para troca nessa pasta, os membros do partido confiam na possibilidade de contribuírem ainda mais para o governo em outras áreas.
À medida que o governo se aproxima das eleições de 2026, o PDT está discutindo como pode se alinhar com Lula em uma eventual tentativa de reeleição. Atualmente, o partido está em diálogo com outras legendas, incluindo o PSB, mas parece resistente à ideia de formar uma federação. Essa hesitação é alimentada pela rivalidade entre os irmãos Ciro Gomes e Cid Gomes, já que Cid deixou o PDT para se juntar ao PSB há um ano. Embora a fusão com outros partidos, como o Solidariedade, não esteja completamente descartada, as decisões dependerão de análises cuidadosas sobre o desempenho eleitoral do PDT e a necessidade de atingir a cláusula de barreira, que exige um certo percentual de votos.