O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestou a possibilidade de isentar a Austrália de tarifas sobre aço e alumínio, considerando o superávit comercial entre os dois países. Essa conversa ocorreu durante um telefonema com o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, após a assinatura de um decreto que elevou tarifas sobre essas importações, a partir de 10 de fevereiro de 2025.
Com essa decisão, Trump cancelou isenções e cotas que beneficiavam grandes fornecedoras, o que poderia potencialmente desencadear uma guerra comercial mais ampla. As novas tarifas restabelecem uma cobrança de 25% sobre toneladas de aço e alumínio que anteriormente eram isentas devido a acordos de cotas e isenção de impostos.
No diálogo com Albanese, o presidente americano reconheceu o superávit comercial com a Austrália e destacou que o país realiza significativas compras de aeronaves dos EUA. Trump comentou: “Temos um superávit com a Austrália. Um dos poucos. Eles compram muitos aviões”. Além disso, ele acrescentou que o governo dos EUA daria consideração “grande” ao pedido de isenção.
A relação comercial entre os EUA e a Austrália é bastante significativa, apesar de a Austrália representar apenas 1% das importações de aço e 2% das importações de alumínio dos Estados Unidos. No entanto, a Austrália é o maior exportador mundial de minério de ferro, insumo vital para a produção de aço. Em resposta ao que foi discutido, Albanese afirmou: "Concordamos com a redação para dizer publicamente que o presidente dos EUA concordou que uma isenção estava sendo considerada".
O primeiro-ministro classificou a conversa como “construtiva e calorosa”, enfatizando a continuidade do diálogo entre os países. Durante seu primeiro mandato, Trump já tinha liberado a Austrália de tarifas sobre essas importações. O ministro do Comércio australiano destacou a importância dessas exportações para a criação de “empregos americanos bem remunerados” e para os interesses de defesa comuns.
A Austrália tem colaborado estreitamente com os EUA, especialmente no setor de defesa, com o aço produzido no país sendo utilizado pelo maior construtor naval militar americano. As nações australianas, britânica e americana estão em um pacto conhecido como AUKUS, que visa integrar as cadeias de suprimentos de defesa entre os parceiros. Albanese expressou otimismo em relação ao futuro do relacionamento comercial, afirmando: “Se você analisar o que já conseguimos, foi um começo tremendo para o relacionamento”.
Recentemente, a ministra das Relações Exteriores da Austrália, Penny Wong, e o ministro da Defesa, Richard Marles, se reuniram com autoridades americanas, reforçando as relações entre os dois países. Embora ainda não se tenha clareza sobre o impacto potencial das novas tarifas no comércio de alumínio, o Conselho de Alumínio da Austrália continua a monitorar a situação e suas repercussões econômicas.