Durante uma recente entrevista à Fox News, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deixou claro que os palestinos não teriam o direito de retornar à Faixa de Gaza. Essa afirmação ocorre em um contexto em que Trump está propondo um plano para a área, que ele acredita que poderia ser transformada em um empreendimento imobiliário.
Ao ser questionado sobre o retorno dos palestinos, Trump respondeu: "Não, eles não teriam" acesso ao território, explicando que, de acordo com sua visão, os palestinos "terão moradias muito melhores". Ele ressaltou que o objetivo é construir um local duradouro para esses habitantes.
Além disso, Trump expressou que o retorno imediato dos palestinos à Gaza não é uma opção viável, afirmando: "Se eles tiverem que retornar agora, levará anos até que você possa — não é habitável. Levará anos até que isso possa acontecer". Ele sugere que seria mais prático construir novas comunidades em locais seguros, distantes das áreas de conflito.
Em tópicos adicionais, o presidente mencionou a possibilidade de firmar acordos com países vizinhos, como Jordânia e Egito, para facilitar essa nova configuração, destacando que os Estados Unidos já investem grandes quantias em apoio financeiro a essas nações árabes.
Trump também mencionou um encontro agendado com o rei Abdullah da Jordânia, que juntamente com líderes de outras nações árabes já se manifestou contra o plano proposto pelo líder americano. Na sua visão, o projeto de "posse" da Faixa de Gaza é uma forma de viabilizar um futuro mais seguro e próspero para a região.
Recentemente, durante uma coletiva de imprensa ao lado de Netanyahu, Trump declarou que a reconstrução da Faixa de Gaza tem potencial para transformá-la na "Riviera do Oriente Médio", promovendo uma imagem otimista do que poderia ser essa área devastada.
No entanto, a posição dos palestinos é clara: eles não pretendem abandonar a Faixa de Gaza. O deslocamento da população palestina é uma questão sensível e controversa. Historicamente, o deslocamento forçado de populações é considerado um crime de guerra sob as convenções internacionais.
Desde o início do conflito, ataques israelenses resultaram em numerosas vítimas e forçaram muitos palestinos a se deslocarem diversas vezes em busca de segurança. Apesar dos desafios enfrentados, laços emocionais e históricos com a terra levam muitos a se comprometerem a permanecer na Gaza, temendo o que ocorreu durante a "Nakba" — a catástrofe que se refere ao êxodo forçado de centenas de milhares de palestinos em 1948, no momento da criação do Estado de Israel.
Por outro lado, os planos de Israel para a saída voluntária dos palestinos também têm gerado polêmica. Em resposta ao plano de Trump, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, instruiu o Exército a desenvolver uma estratégia que permita a realocação voluntária dos moradores da Gaza, considerando para ele que todos deveriam ter a autonomia de deixar a região, algo que, segundo ele, seria parte da normalidade global.