Recentemente, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, oficializou uma medida que institui tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio, sem deixar espaço para isenções. Este decreto, assinado na última segunda-feira (10), gerou reações contundentes de líderes internacionais que expressaram preocupação sobre as consequências dessa ação, principalmente em relação à inflação.
Maros Sefcovic, comissário de comércio da União Europeia, comentou sobre o impacto que essa decisão pode ter. Durante uma sessão no Parlamento Europeu nesta terça, ele afirmou que os EUA estariam, na verdade, alimentando a inflação com as novas tarifas. Sefcovic frisou que essa estratégia representava um cenário de perda para todos os envolvidos, mas garantiu que a UE estava empenhada em encontrar uma solução que beneficiasse ambas as partes o mais rapidamente possível.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também se manifestou sobre o assunto, utilizando a rede social X para expressar sua decepção com a decisão dos EUA. “A União Europeia não deixará a decisão do governo americano de impor tarifas de importação sobre o aço europeu ficar sem resposta”, declarou. Ela acrescentou: “Tarifas injustificadas sobre a UE não ficarão sem resposta.” Em uma mensagem, ela lamentou profundamente as medidas, que, segundo ela, afetam profundamente as relações comerciais.
“Lamento profundamente a decisão dos EUA de impor tarifas sobre as exportações europeias de aço e alumínio. A União Europeia tomará medidas para proteger seus interesses econômicos. Vamos defender nossos trabalhadores, empresas e consumidores”, disse von der Leyen.
No Canadá, o primeiro-ministro Justin Trudeau aproveitou a oportunidade para ressaltar o impacto negativo que essas tarifas podem provocar. Durante uma cúpula sobre inteligência artificial em Paris, Trudeau enfatizou que o país deve destacar as consequências adversas das tarifas e que, caso necessário, sua resposta seria contundente. “Os canadenses se levantarão forte e firmemente se necessário”, afirmou, descrevendo as tarifas como “inaceitáveis”.
Na Ásia, o presidente em exercício da Coreia do Sul, Choi Sang-mok, declarou que seu governo buscaria estabelecer negociações com a administração de Trump sobre as novas tarifas que, mantendo a taxa de 25%, entrarão em vigor em março. O ministro do Comércio sul-coreano, Cheong In-kyo, expôs que essas tarifas poderiam restringir a demanda por aço nos EUA e impactar a rentabilidade dos exportadores de aço. No entanto, ele acredita que essa situação pode abrir portas para as empresas sul-coreanas à procura de novos mercados.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, também se posicionou sobre o tema, mencionando que a Alemanha é um dos maiores exportadores. Ele alertou em uma publicação no X que, caso a União Europeia se torne alvo das tarifas dos EUA, como já ocorreu com o aço e o alumínio, o país dependerá ainda mais da solidariedade europeia em um momento crítico.