O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que a polêmica em torno de suas declarações sobre os ataques de 8 de janeiro de 2023 está superada. Em uma entrevista concedida na semana passada, Motta questionou a interpretação que associa a destruição da sede dos Três Poderes como uma tentativa de golpe de Estado.
Segundo Motta, ele notou um desequilíbrio na aplicação das penas aos vândalos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o que gerou críticas de parlamentares de esquerda. Em meio a esta controvérsia, o presidente da Câmara buscou dialogar com diversos parlamentares e magistrados para esclarecer que sua opinião era pessoal e que a proposta de anistia não é uma prioridade no momento.
Uma das conversas que ele teve foi com o ministro Alexandre de Moraes, relator dos casos relacionados aos eventos de 8/1. Fontes relatam que o diálogo, que ocorreu por telefone, durou cerca de dez minutos e foi descrito como “cordial” e “ameno”, onde ambos tiveram a oportunidade de expor seus pontos de vista.
Nos próximos dias, Motta deverá também discutir o tema com o decano do STF, Gilmar Mendes. O presidente da Câmara ressaltou para seus aliados que sua opinião pessoal não influencia a decisão de discutir a proposta de anistia, enfatizando que o assunto será abordado com os líderes partidários “na hora certa”. Atualmente, deputados do centrão têm informado que Motta tem deixado claro que não pretende pautar propostas que gerem polêmica.
Vale destacar que a proposta de anistia está longe de ter o apoio necessário para ser aprovada, tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado. Essa informação também foi repassada ao Palácio do Planalto. Na última segunda-feira (10), Motta se encontrou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, porém, o tema da polêmica não foi discutido. Eles estão agendados para um novo encontro nesta terça-feira (11).
Embora Hugo Motta mantenha sua análise sobre a situação, o relatório da Polícia Federal indica que os eventos de 08/01 tinham como objetivo gerar um cenário caótico no país, a fim de viabilizar um golpe por parte de integrantes das Forças Armadas.