Um recente estudo divulgado pela Universidade da Califórnia, em Irvine, trouxe à tona uma revelação surpreendente sobre os CAPTCHAs, tradicionalmente utilizados como uma medida de segurança online. A pesquisa, realizada em 2023, sugere que esses desafios visuais funcionam na verdade como uma enorme "fazenda de cookies de rastreamento", direcionando lucros significativos para empresas como o Google. Estima-se que, ao longo dos anos, a soma de horas que os usuários gastaram resolvendo CAPTCHAs chegue a impressionantes 819 milhões de horas, potencialmente gerando quase US$ 1 trilhão em valor de dados.
O foco do estudo foi especificamente o reCAPTCHA v2, a ferramenta utilizada pelo Google desde 2009. Os pesquisadores categorizaram os CAPTCHAs em duas principais classes: os invisíveis, que monitoram o comportamento do usuário durante a navegação em uma página, e os visíveis, que demandam que os usuários selecionem objetos em imagens, como semáforos ou bicicletas. Ambas as abordagens são extremamente valiosas para o Google, pois possibilitam a coleta de cookies de rastreamento que facilitam a segmentação de anúncios, além de permitir que imagens etiquetadas sejam usadas para o treinamento de modelos de inteligência artificial.
Os participantes da pesquisa interagiram com o reCAPTCHA v2 sem saber que estavam sendo estudados, ao criarem ou recuperarem contas em um sistema acadêmico.
Os dados obtidos nessa pesquisa mostraram que o tempo médio para resolver um CAPTCHA é de 3,53 segundos, embora esse tempo possa variar com base na experiência do usuário e na complexidade do desafio. Um dos achados mais surpreendentes foi que bots atualmente conseguem resolver esses desafios mais rapidamente e, em alguns casos, com maior precisão do que os humanos.
Além do tempo investido, o estudo também examinou as implicações ambientais da resolução de CAPTCHAs. Estima-se que esse processo consumiu cerca de 7,5 milhões de kWh de energia, resultando em uma pegada de carbono equivalente a 7,5 milhões de libras de CO2. Os pesquisadores compararam o total acumulado de horas dedicadas a resolver os CAPTCHAs com a expectativa de vida dos seres humanos, sugerindo que isso correspondia a um total de 1.182 vidas inteiras perdidas apenas nessa atividade.
No âmbito financeiro, os dados indicam que o Google poderia ter obtido um lucro entre US$ 8,75 bilhões e US$ 32,3 bilhões apenas com o reconhecimento de imagens gerado pelos CAPTCHAs. Além disso, os cookies gerados pelo reCAPTCHA v2 poderiam, ao longo do tempo, ter um valor de cerca de US$ 888 bilhões.
Os pesquisadores conquistaram a conclusão de que o objetivo primordial do reCAPTCHA v2 não seria garantir a segurança, mas sim a monetização de dados sob a fachada de proteção contra bots. Com base nesses achados, os especialistas sugerem que essa ferramenta deveria ser eliminada, dado que sua eficácia em combater atividades automatizadas é discutível. Apesar de dois anos terem se passado desde a realização do estudo, não há sinais de que essa prática esteja prestes a ser abandonada.
Diante desses dados alarmantes, é fundamental que os usuários estejam cientes do que realmente está em jogo com o uso dos CAPTCHAs. As implicações vão além da segurança na web, afetando diretamente questões de privacidade e o valor ético das ações de grandes corporações na coleta de dados dos usuários. O que você acha sobre isso? Deixe seu comentário e compartilhe suas opiniões!
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