O Brasil enfrenta um cenário alarmante em relação à corrupção, caindo no índice de corrupção da Transparência Internacional e alcançando sua pior classificação desde 2012. O país, que há dois anos ocupava a 96ª posição entre 180 nações, agora figura em 107º lugar, segundo dados de 2024.
Ao longo da última década, o Brasil viu sua posição deteriorar-se, refletindo um recuo de 38 lugares. Há dez anos, o país estava empatado com diversas nações da União Europeia, como Itália, Grécia, Bulgária e Romênia. Atualmente, o Brasil se encontra em níveis semelhantes a países como Argélia, Nepal, Tailândia e Turquia.
O Índice de Percepção da Corrupção (IPC) é um dos parâmetros mais respeitados globalmente nessa área, reunindo dados que capturam a percepção de profissionais como acadêmicos, juristas e empresários sobre a corrupção no setor público de cada país. A escala utilizada vai de 0 a 100, sendo que quanto maior a pontuação, melhor a percepção de integridade do país.
O Brasil, que em 2012 e 2014 chegou a registrar 43 pontos, contabilizou uma queda notável, obtendo 38 em 2022 e 36 em 2023. Para 2024, a situação se agravou ainda mais, resultando em uma nota de apenas 34.
Em seu relatório, a Transparência Internacional destacou dez pontos críticos sobre o Brasil durante o último ano. Entre os principais fatores mencionados estão o “silêncio reiterado” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação às questões anticorrupção e os novos acordos de leniência estabelecidos com empresas implicadas na Operação Lava Jato. Outros aspectos críticos incluem:
No ranking global de 2024, as nações que se destacaram por suas baixas taxas de corrupção foram Dinamarca (90 pontos), Finlândia (88 pontos) e Cingapura (84 pontos). Por outro lado, os países com piores classificações foram Sudão do Sul (8 pontos), Somália (9 pontos) e Venezuela (10 pontos). Na América Latina, as nações com melhores índices são Uruguai, Chile e Costa Rica, enquanto a Argentina, com 37 pontos, está próxima do Brasil, que continua a amarga trajetória.
Após o anúncio da Transparência Internacional, a Controladoria-Geral da União (CGU) enfatizou que a análise da queda do Brasil deve ser feita com cautela. A CGU ressaltou que métodos que avaliam índices baseados em percepções têm suas limitações e que diversas organizações internacionais, como ONU, G20 e OCDE, estão discutindo a criação de novas métricas para o problema da corrupção.
A CGU também afirma que a corrupção é um fenômeno complexo e que nenhum indicador consegue abranger todos os seus aspectos. A Controladoria está comprometida em trabalhar constantemente para identificar e mitigar os riscos de corrupção em políticas públicas, contratações e outras ações governamentais.
Com essas evidências no cenário atual, a discussão sobre corrupção no Brasil se torna cada vez mais essencial. É importante que os cidadãos se mantenham informados e envolvidos nesse debate. Que tal compartilhar suas opiniões ou discutir o assunto nos comentários abaixo?