O deputado federal Luiz Carlos Hauly, do Podemos-PR, destacou em recente entrevista que a proposta de emenda constitucional (PEC) do Semipresidencialismo tem o potencial de beneficiar presidentes como Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Segundo Hauly, esse modelo de governo poderia reduzir os prejuízos tanto para a economia quanto para a população.
Durante a conversa, ele afirmou: “Essa medida é salutar para os grandes líderes que conduzem as massas às ruas, como o Bolsonaro, como o Lula. Entendo como uma matéria benigna para esses líderes, que têm como responsabilidade governar, demitir o primeiro-ministro, trocar de governo... é muito fácil, muito mais ágil, com zero prejuízo para a economia e para a população.”
A PEC, que foi protocolada na última quinta-feira (6), propõe uma mudança na estrutura de poder atual. No novo arranjo, o Executivo seria dividido entre um presidente e um primeiro-ministro, que seria escolhido por meio de diálogo com o Congresso Nacional. Essa mudança, segundo Hauly, poderia facilitar a gestão do governo.
O deputado também manifestou sua disposição para dialogar com o presidente Lula sobre a proposta. Ele acredita que a aprovação da PEC promoveria uma gestão mais eficiente. “No caso do presidente Lula, ele poderia andar pelo mundo, fazer a sua pregação, andar pelo Brasil e o governo estaria sendo administrado por uma equipe de confiança também… e quando essa equipe perder a confiança, pode ser demitida”, explicou.
Hauly criticou ainda o atual modelo de escolha de ministros, sugerindo que é necessário um processo de modernização. Ele expressou sua preocupação com o fato de que a seleção de novos ministros muitas vezes não é feita de maneira democrática. “Queremos que essa ideia prevaleça e que convença os deputados e senadores de que o Brasil precisa modernizar o presidencialismo, que é arcaico, cheio de crise, cheio de problema. Quando se escolhe um ministro, tira do bolso do colete, não é uma escolha democrática, parlamentar, partidária”, afirmou.
A proposta do Semipresidencialismo surge em um momento em que a Câmara dos Deputados debate também uma reforma eleitoral. Outros tópicos, como a implementação do voto distrital misto para a eleição de deputados federais, estaduais, e vereadores, também estão em pauta.
No entanto, Hauly ressalta que não há pressa para a discussão da PEC, uma opinião compartilhada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Motta comentou que há um desejável interesse tanto na Casa quanto entre os partidos em discutir o assunto, mas afirmou que não há compromisso de pautar a reforma com urgência. “Pelo contrário, discutir o sistema político do Brasil é sempre positivo para buscar mais eficiência, ampliar a participação popular e garantir um governo com mais resultados à população”, concluiu Hugo aos jornalistas na Paraíba.