Refugiados afegãos estão em uma situação alarmante após a recente decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, que suspendeu o Programa de Admissão de Refugiados dos Estados Unidos (USRAP). Esta medida afeta diretamente aqueles que, como Shakoofa Khalili, fugiram do Afeganistão em busca de segurança no Paquistão. Sustentados pela promessa de reassentamento, muitos agora vivem com o medo iminente de serem forçados a retornar.
Khalili, que se viu presa em um ciclo de desespero ao observar sua filha implorar pela liberdade de seu pai quando a polícia se aproximou dele, descreve sua luta e os traumas que sua família enfrenta. Desde a queda do Afeganistão para o Talibã em 2021, um número crescente de afegãos se refugiou no Paquistão, particularmente aqueles que colaboraram com forças americanas e da OTAN, e agora creem que suas vidas estão em risco.
Com a nova ordem de Trump, a situação dos refugiados se torna ainda mais crítica. O governo do Paquistão já elaborou um plano que requer que os cidadãos afegãos em busca de reassentamento sejam realocados até março de 2025, sob pena de deportação para o Afeganistão.
O documento do governo paquistanês alerta que, caso eles não sejam removidos até a data estipulada, serão repatriados. Essa perspectiva é considerada por muitos como "uma sentença de morte", especialmente para aqueles que trabalharam ao lado dos Estados Unidos, como Khalili, que já enfrentou a dura realidade de seus compatriotas. “Para nós, retornar ao Afeganistão não é apenas um risco — é uma sentença de morte”, afirmou eles.
A vida no Paquistão para muitos afegãos é marcada pelo medo e pela invisibilidade. Aqueles que ainda esperam por vistos ou reassentamento estão aterrorizados com a possibilidade de deportação. O ACNUR e a OIM expressaram preocupações sobre as consequências devastadoras que os repatriados poderiam enfrentar, enfatizando que mulheres, crianças, jornalistas e ativistas de direitos humanos estão particularmente em risco.
Shawn VanDiver, fundador do #AfghanEvac, alertou que a suspensão do USRAP afeta de forma desproporcional as mulheres afegãs, que frequentemente enfrentam a exclusão da vida pública e a perda de direitos básicos. Com a suspensão do programa, suas chances de segurança diminuem drasticamente.
A embaixada dos EUA e o governo do Paquistão não comentaram sobre a coordenação entre as autoridades relacionadas ao reassentamento. No entanto, os relatos apontam para uma repressão crescente contra os refugiados, que avessa qualquer perspectiva de um futuro seguro.
A história de Khalili é uma entre muitas que evidenciam a complexidade e a gravidade da crise dos refugiados afegãos. O Afeganistão abriga uma população diversa, mas após o retorno do Talibã ao poder em 2021, muitos se veem forçados a buscar abrigo no exterior, e o Paquistão alberga a maioria deles, com mais de 3 milhões de refugiados.
Enquanto Khalili e sua família continuam a se esconder em Islamabad, ela compartilha sua esperança de poder permanecer segura e evitar o amaldiçoado retorno ao Afeganistão. "Essa suspensão do programa de vistos nos nega abrigo e proteção, nos deixando vulneráveis ao Talibã", conclui.
Com o futuro incerto, muitos refugiados afegãos pedem apoio e solidariedade internacional para que suas vidas possam ser protegidas de um destino definido pelo medo e pela repressão.
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