Lula critica interferência política na saúde pública
Na inauguração da nova emergência do Hospital Federal de Bonsucesso, no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou sua preocupação com a interferência de políticos na administração dos hospitais. Essa cerimônia marcou sua primeira viagem após a recente cirurgia que se submeteu. Durante seu discurso, Lula enfatizou a importância da gestão hospitalar ser feita por profissionais da saúde, afirmando: “A gente não pode permitir que político, seja deputado, vereador, senador, mande nos hospitais. Quem tem que mandar nos hospitais são os especialistas da saúde, isso aqui não é comitê eleitoral de ninguém. Se quiser voto, que vá para a rua pedir, aqui as pessoas vêm para serem atendidas com respeito.”
O presidente também esclareceu que a única razão para sua presença no evento era a convicção de que a administração dos hospitais deve ser uma responsabilidade coletiva, e não individual. Ele destacou: “Queria dizer, em alto e bom som para todo mundo, a única razão que me faz estar aqui é porque ninguém é dono de hospital. Médico, enfermeiro, sindicalista, presidente não são donos de hospital. O dono do hospital é a decência do trabalho que ele oferecer para a população.”
A nova emergência do Hospital Federal de Bonsucesso ficou fechada por cinco anos e agora, após sua reabertura, terá a capacidade de atender até 700 pacientes mensais. No entanto, o cenário da saúde no estado do Rio de Janeiro, que já havia passado por períodos de escassez de recursos e preocupações com a infraestrutura dos hospitais, continua sendo um desafio. Durante o último ano, as unidades federais de saúde na região enfrentaram sérias críticas pela falta de recursos humanos e pela precariedade nas condições de atendimento.
O presidente, ao abordar esses temas, fez um apelo à sociedade, ressaltando que a gestão da saúde deve priorizar o bem-estar da população e os princípios éticos de dignidade no atendimento. Ele reafirmou seu compromisso com a melhoria das condições da saúde pública no Brasil, enfatizando que as decisões e a administração devem ser guiadas por expertos no setor. “Não se deve olvidar que cada hospital deve ser visto como uma extensão do serviço público que busca o melhor para todos, em especial para aqueles que mais precisam”, concluiu Lula.
