A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) enfrentou uma crise significativa, culminando no fechamento de sua sede em Washington nesta segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025. Funcionários da agência receberam um e-mail informando que deveriam permanecer em casa, indicaram várias fontes que preferiram não ser identificadas. A mensagem afirmava: “Por orientação da liderança da Agência, a sede da USAID no edifício Ronald Reagan em Washington, D.C. será fechada para o pessoal da Agência na segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025. Os funcionários da agência, normalmente designados para trabalhar na sede, trabalharão remotamente amanhã (4), com exceção do pessoal essencial que foi contatado individualmente pela liderança sênior”.
Esta situação emergiu após o cio da especulação sobre o futuro da USAID, especialmente após a declaração de Elon Musk, que citou o presidente Donald Trump sugerindo que a agência precisaria ser “fechada”. O cenário tornou-se mais alarmante após o congelamento do financiamento da entidade e o afastamento de dezenas de funcionários, levando a uma incerteza crescente sobre a operação da agência.
A remoção dos logotipos e imagens da USAID, que destacavam seu trabalho humanitário global, também foi relatada. Vários funcionários confirmaram que fotos de missões em países em desenvolvimento foram removidas dos escritórios na semana anterior. “Todas as imagens foram retiradas, incluindo as que estavam em nossas cozinhas e corredores”, revelou um funcionário. Ele acrescentou: “Uma ordem foi emitida para que todos os escritórios e agências eliminassem toda a arte e sinalizações”. Outro colaborador expressou a frustração com a situação, dizendo: “Estamos perdendo metade dos nossos colegas, muitos foram demitidos, e acabamos nos sentindo como se estivéssemos com um alvo nas costas”.
As preocupações com a falta de comunicação na liderança também se tornaram uma constante. Uma fonte de um prédio adjacente relatou a falta de informação sobre o trabalho nesta segunda-feira. “Nossos líderes seniores foram todos demitidos,” desabafou. A situação foi exacerbada pelo afastamento de aproximadamente 60 funcionários seniores da USAID, após acusações de tentativas de contornar a ordem executiva de Trump que congelou a ajuda externa por 90 dias. Outras demissões de funcionários juniores e contratados foram igualmente reportadas.
A USAID é reconhecida como a maior agência doadora individual do mundo, tendo desembolsado US$ 72 bilhões em assistência global no ano fiscal de 2023, abrangendo áreas como saúde feminina em zonas de conflito, acesso à água potável, tratamento para HIV/AIDS, segurança energética e esforços contra a corrupção. Em 2024, sua contribuição representou 42% de toda a ajuda humanitária rastreada pelas Nações Unidas. No entanto, sua página na web continuava fora do ar, dificultando o acesso dos usuários em datas recentes. A agência conta com uma equipe de mais de 10 mil pessoas.
As decisões do governo Trump de congelar a maioria da ajuda externa têm gerado repercussões globais, prejudicando projetos que vão desde hospitais de campanha em campos de refugiados até programas de remoção de minas terrestres e tratamentos para doenças severas como o HIV. Esta mudança de políticas pode ter um impacto devastador em milhares de vidas ao redor do planeta, destacando a importância da operação da USAID em nível mundial.
Enquanto a situação evolui, muitos aguardam ansiosamente por esclarecimentos sobre o futuro da USAID e suas iniciativas humanitárias que, até então, transformaram vidas em diversas partes do mundo. A esperança é que a agência consiga a recuperação necessária para continuar seu trabalho crucial em assistência internacional.