Um investigador da Polícia Civil, conhecido como Bombom, é o foco de uma investigação relacionada a movimentações financeiras suspeitas que totalizam R$ 34 milhões, entre 2017 e 2022. Os dados, obtidos pelo programa Fantástico, revelam que Bombom, apesar de ter um salário de R$ 12 mil como investigador especial, estaria vinculado a um possível laranja que apresenta essas transações.
Defendendo-se das acusações, Bombom declarou: “Sou um cara humilde, sou um cara que trabalho, ganha um dinheirinho, faço as minhas coisas ali.” No entanto, a situação torna-se ainda mais grave com a descoberta de cerca de R$ 680 mil em espécie encontrados sob sua cama. Ele argumentou que uma parte do montante pertence a um amigo empresário que pediu para que guardasse, enquanto a outra quantia seria da sogra.
“Aquele dinheiro que tinha numa sacolinha pequena. Eu tinha pego com ele, eu nem sabia quanto que tinha”, afirmou o investigador, que também se esforçou para ignorar seu envolvimento com a maioria dos investigados.
Além do dinheiro, a Polícia Federal (PF) encontrou uma planilha dentro do apartamento de Bombom, que continha 93 nomes, endereços e valores. A investigação sugere que essa lista pode estar relacionada a práticas de extorsão conhecidas como "recolhe", onde agentes públicos exigem dinheiro de comerciantes, sendo os endereços associados a casas de prostituição e jogos de azar.
A defesa de Bombom contestou a alegação e declarou que a planilha foi entregada para fins de investigação policial, enfatizando que as acusações não têm fundamento.
A situação se complica ainda mais para o grupo de policiais envolvidos. Acusados de diversos crimes, incluindo corrupção e lavagem de dinheiro, eles foram presos em dezembro pela PF. A investigação aponta que Vinicius Gritzbach, um delator do PCC morto em 2024, tinha um histórico conturbado com esses agentes, tendo sido preso em 2022 por assassinar um líder do crime organizado.
O delegado Fabio Baena, juntamente com quatro policiais civis, é acusado de formar uma organização criminosa na Zona Leste de São Paulo, com ligações a empresários e advogados associados ao PCC. A PF destacou que os policiais presos mantinham um estilo de vida que não condiz com seus salários regulares.
Até o momento, a Polícia Civil já efetuou a prisão de 26 pessoas vinculadas ao caso Gritzbach, incluindo 22 membros da polícia. O cabo Denis Martins e o soldado Juan Silva Rodrigues foram identificados como os disparadores, enquanto o tenente Fernando Genauro é considerado o motorista dos assassinos.
Embora a equipe do Fantástico tenha tentado contatar a defesa dos acusados, não houve resposta disponível. As defesas do delegado Fábio Baena e do investigador Eduardo Monteiro alegam que as prisões realizadas são "ilegais", "desnecessárias" e "arbitrárias".