O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que a recente diminuição no valor do dólar “ajuda muito” no combate à inflação, durante uma entrevista concedida na última terça-feira. Ele enfatizou que as operações do Banco Central (BC) e as iniciativas do governo terão um impacto positivo nos indicadores econômicos do país.
Segundo Haddad, o BC terá a oportunidade de revisar o período necessário para a manutenção de juros restritivos, a fim de conter a subida dos preços. O ministro sublinhou que o novo sistema de metas contínuas permite uma abordagem mais eficaz e racional na execução da política monetária.
Com relação à influência do aumento do dólar nos preços internos, Haddad comemorou a recente queda da moeda americana, que agora está sendo cotada a R$ 5,80, na comparação com o fechamento de 2024, que foi próximo a R$ 6,20. “O dólar estava R$ 6,10 e está R$ 5,80, isso já ajuda muito. Com a ação do Banco Central e a ação do Ministério da Fazenda, essas variáveis macroeconômicas se acomodam em outro patamar e isso certamente vai favorecer”, declarou o ministro.
Ele demonstrou confiança de que a atual safra agrícola será forte, contribuindo ainda mais para a redução da inflação. O Banco Central, na semana anterior, decidiu prosseguir com o aumento da taxa Selic, elevando a mesma em 1 ponto percentual, alcançando 13,25% ao ano, mantendo a orientação para mais um aumento semelhante em março, com futuras movimentações ainda indefinidas.
Além disso, durante a entrevista, Haddad mencionou que o governo já encontrou uma solução para atender os fundos de investimento e do agronegócio na regulamentação da reforma tributária sobre consumo, embora sem fornecer detalhes específicos. A inclusão de uma cláusula que isenta FIIs (Fundos de Investimento Imobiliário) e Fiagros (Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas do Agronegócio) da tributação sobre operações com imóveis foi vetada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva após ser aprovada pelo Congresso.
Na área fiscal, Haddad apontou que as decisões tomadas pelo Congresso Nacional no final de 2024 resultaram em uma contenção de R$ 30 bilhões em despesas neste ano, permitindo ao governo realizar ajustes no Orçamento.
Este panorama demonstra a tarefa desafiadora que o governo enfrenta para equilibrar o crescimento econômico com a necessidade de controlar a inflação, em um momento onde fatores internos e externos influenciam diretamente na economia.