O Brasil apresentou uma taxa de desemprego de 6,2% durante o trimestre encerrado em dezembro, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira. A expectativa, segundo a pesquisa da Reuters, era que o índice ficasse em 6,1% nesse período. Esse resultado implica uma média anual de 6,6% para 2024, representando uma queda de 1,2 pontos percentuais em relação a 2023, quando a taxa foi de 7,8%. Este é o menor número registrado desde o início da série histórica em 2012, superando o menor valor anterior de 7,4% registrado em 2014.
A população desocupada média em 2024 foi de 7,4 milhões de pessoas, uma redução de 1,1 milhão em comparação a 2023, que tinha 8,5 milhões de desocupados. Esse é o menor nível desde 2014, quando o índice foi de 7,0 milhões. O total de pessoas ocupadas durante 2024 atingiu uma média recorde de 103,3 milhões, um aumento de 2,6% em relação aos 100,7 milhões de 2023 e um crescimento de 15,2% em comparação aos 89,7 milhões de 2012.
A taxa média de ocupação, que mede o percentual de pessoas empregadas na população em idade de trabalhar, subiu para 58,6% em 2024, o que representa o maior nível desde o início da série, sendo 1,0 ponto percentual superior ao valor de 2023, que foi de 57,6%. "Os resultados de 2024 mostraram a continuidade do crescimento na quantidade de trabalhadores, que começou a ser percebido em 2022, como parte da recuperação dos empregos perdidos durante a Pandemia de COVID-19, em 2020 e 2021. Os resultados expressivos nos anos de 2023 e 2024 foram cruciais para alcançar esses recordes", disse a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy.
A taxa de subutilização, que considera tanto os desempregados quanto os trabalhadores que gostariam de estar empregados em mais horas, ficou em 16,2% em 2024, uma queda de 1,8 ponto percentual em relação aos 18,0% de 2023. A população subutilizada foi estimada em 19,0 milhões de pessoas, uma diminuição de 8,9% em comparação a 2023, embora ainda esteja 15,4% acima do menor registro na série, que foi de 16,5 milhões em 2014.
No que diz respeito aos empregos com carteira, o Brasil também atingiu números recordes em 2024. O total de pessoas com carteira de trabalho assinada cresceu 2,7% em relação ao ano anterior, totalizando 38,7 milhões. Em contraste, o número de empregados sem carteira assinada no setor privado aumentou 6,0%, alcançando 14,2 milhões. No entanto, o número de trabalhadores domésticos caiu 1,5%, reduzindo para 6,0 milhões. Adriana Beringuy observou que "o crescimento da população ocupada nos últimos anos foi mais acentuado entre os trabalhadores do setor privado, com avanços na formalização do emprego, especialmente em áreas como indústria e serviços às empresas".
Além disso, o universo de trabalhadores autônomos atingiu o maior número registrado, com uma estimativa de 26,1 milhões de trabalhadores por conta própria, um crescimento de 1,9% em comparação aos 25,6 milhões de 2023 e um aumento de 29,5% desde 2012.
Em termos de rendimento, o Brasil também viu avanços significativos em 2024. O rendimento médio real habitual foi estimado em R$ 3.225, refletindo um aumento de 3,7% (ou R$ 115) em comparação a 2023. Esse valor é o mais alto da série histórica, que anteriormente havia atingido R$ 3.120 em 2014. A massa de rendimento real habitual também alcançou um novo recorde de R$ 328,9 bilhões, com uma alta de 6,5% em relação ao ano anterior.
A taxa de desocupação se manteve em 6,2% no quarto trimestre de 2024, o que representa uma estabilidade em relação ao trimestre de julho a setembro, quando esteve em 6,4%, e uma queda de 1,2 pontos percentuais comparada ao mesmo período de 2023, quando era de 7,4%. Este resultado também é o menor desde 2012 para trimestres móveis comparáveis. A população desocupada no final de 2024 era de 6,8 milhões de pessoas, com uma diminuição significativa de 15,6% ao longo do ano, totalizando menos 1,3 milhões de desocupados.
A taxa de subutilização para o quarto trimestre foi de 15,2%, em queda de 0,4 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior e redução de 2,0 pontos percentuais ao longo do ano. A população subutilizada totalizou 17,8 milhões, o menor desde o trimestre móvel encerrado em maio de 2015, e a taxa de informalidade registrou 38,6% nesse último trimestre.