A polícia da Geórgia realizou prisões durante um protesto anti-governo neste domingo (2), onde milhares de cidadãos exigiram novas eleições parlamentares. Os manifestantes bloquearam temporariamente uma rodovia nos arredores da capital, Tbilisi, em uma demonstração do descontentamento popular. Entre os detidos, estava Nika Melia, que lidera a Coalizão para a Mudança, o maior partido de oposição do país. Também foi preso o ex-prefeito de Tbilisi, Giorgi Ugulava, conforme relatado pela mídia local.
A onda de manifestações na Geórgia começou em novembro, como reação à decisão do partido governista Sonho Georgiano de suspender, até 2028, as negociações para adesão à União Europeia. Essa interrupção repentina marcou um retrocesso em um objetivo nacional ambicionado há muito tempo. Apesar de o partido governante ter vencido a eleição em outubro, com alegações de que a votação foi livre e justa, a oposição contesta a legitimidade desse resultado, acusando-o de ser fruto de fraudes.
Nos últimos tempos, os protestos tinham diminuído em número e intensidade, mas neste domingo, a mobilização reacendeu na cidade. Milhares de pessoas se reuniram em frente a um complexo comercial no extremo norte de Tbilisi, onde bloquearam brevemente a estrada que leva à saída da cidade. Esse ato de desobediência civil reflete o crescente descontentamento da população em relação ao governo e à frustração com o estado atual da democracia no país.
As manifestações em Tbilisi são uma resposta não apenas à política externa da Geórgia, mas também aos problemas internos e percepções de corrupção dentro do partido no poder. A insatisfação contínua coloca o governo sob pressão, enquanto os cidadãos clamam por mudanças e uma direção mais alinhada com os interesses búlgaros na integração europeia. O desfecho dos acontecimentos nos próximos dias poderá determinar o futuro político do país e a viabilidade das demandas da oposição.
Apesar do aumento da repressão, os manifestantes prometem continuar suas ações até que suas exigências sejam atendidas. A data de hoje será lembrada como mais um capítulo na luta pela democracia e pelos direitos civis na Geórgia, país que busca posicionar-se firmemente em sua aspiração de integração à Europa.