Uma análise feita pelo Comprova não encontrou evidências de que verbas públicas tenham sido utilizadas em uma viagem aos Estados Unidos, onde estavam presentes 21 deputados e um senador brasileiros para a posse de Donald Trump em 20 de janeiro de 2025.
Para contextualizar, o grupo de parlamentares foi a Washington para acompanhar a cerimônia, e a presença deles gerou especulações nas redes sociais de que o financiamento teria sido feito com dinheiro público. Contudo, até o momento, não existem registros de gastos que comprovem essa afirmação.
As informações levantadas foram baseadas em publicações que circulam principalmente na plataforma X (anteriormente conhecida como Twitter), onde alguns usuários alegam que os parlamentares viajaram aos Estados Unidos com recursos oriundos do dinheiro público.
No dia da posse de Trump, a comitiva brasileira era compreendida por:
Todas essas figuras publicamente registraram sua presença através de postagens nas redes sociais enquanto estavam em Washington.
O Comprova teve acesso à Câmara dos Deputados que, através da Lei de Acesso à Informação (LAI), informou que os parlamentares podem solicitar o uso de recursos da cota parlamentar para despesas no exterior, desde que tenham a devida autorização.
Até o presente momento, apesar da possibilidade, a Câmara não possui registros de despesas relacionadas à viagem para a posse de Trump. No entanto, os parlamentares têm até 90 dias após a data da viagem para solicitar reembolso, o que significa que essa questão poderá ser reavaliada nos próximos meses.
O Senado Federal também foi questionado sobre a situação do senador Jorge Seif, que foi visto em imagens durante a posse. O Senado afirmou que não há registros na sua base de dados sobre viagens formais solicitadas por Seif para esse mês, independentemente de terem custos para a Casa ou não. Além disso, não foram emitidas passagens ou diárias internacionais para ele, o que indica um uso de recursos próprios.
Outros parlamentares que viajaram alegaram em postagens em suas redes sociais que jamais utilizaram dinheiro público para custear suas viagens. Ambos os partidos PL e Republicanos foram consultados, mas não forneceram informações claras sobre o uso de verba pública relacionada a essa viagem.
De acordo com a Câmara dos Deputados, 13 parlamentares receberam autorização para executar uma missão oficial durante a viagem, porém não há confirmação de que os custos foram arcados pela instituição. O valor da cota parlamentar varia de acordo com cada estado, e enquanto alguns parlamentares negam o uso de verba pública, a falta de documentação ainda deixa a questão em aberto.
A investigação do Comprova surgiu em resposta a publicações que geraram um alto nível de engajamento nas redes, totalizando cerca de 245 mil visualizações no X até o dia 31 de janeiro. Com a vigilância sobre informações falsas, o Comprova continua a investigar publicações que promovem desinformação sobre políticas públicas.
O escopo da investigação abrange uma análise cuidadosa de dados e interações nas redes sociais, a fim de oferecer uma visão mais clara sobre o uso de recursos públicos e garantir a transparência nas ações dos parlamentares brasileiros. Vale lembrar que, até o encerramento do prazo de 90 dias, as incertezas quanto ao uso de verbas públicas podem persistir.
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