Os líderes do Poder Legislativo, Rodrigo Pacheco e Arthur Lira, decidiram adotar uma estratégia de cautela em relação a suas futuras decisões políticas. Em uma fase que eles chamam de "quarentena", ambos os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, respectivamente, optaram por não ocupar cargos ou posições de destaque por enquanto. Recentemente, os dois têm compartilhado com interlocutores a intenção de se concentrar nos primeiros meses de 2025 para observar atentamente o cenário eleitoral de 2026.
Essa decisão visa prepará-los melhor para avaliar se devem ou não se aliar ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No caso de Lira, ele considera a possibilidade de se candidatar ao Senado Federal por Alagoas nas eleições de 2026. Entretanto, essa decisão não é simples, pois ele deverá enfrentar a concorrência de Renan Calheiros, senador do MDB por Alagoas, o que torna sua análise sobre a viabilidade de um cargo no governo ainda mais crítica.
Enquanto reflete se uma posição no governo poderia trazer benefícios eleitorais ou aumentar a rejeição junto ao eleitorado, a expectativa é que Lira se torne uma figura influente nos bastidores da potencial gestão de Hugo Motta, representante do Republicanos na Paraíba.
Por outro lado, Pacheco enfrenta um dilema similar quanto ao seu futuro. O senador pondera a possibilidade de ser o candidato do Palácio do Planalto ao governo de Minas Gerais nas próximas eleições. Apesar da resistência inicial, ele revelou um desejo antigo de ocupar o cargo, mencionando que sempre sonhou em governar o seu estado natal.
Em uma recente conversa com Lula, Pacheco solicitou um prazo de quatro meses para tomar uma decisão a respeito de sua candidatura ao governo mineiro. Esse pedido ocorre em um momento em que Lula analisava a associação entre a disputa estadual e um cargo ministerial, mas foi gradual em flexibilizar esse discurso. Com isso, a expectativa é que a entrada de Pacheco no governo federal possa ser uma estratégia para pressionar o PSD a apoiar a candidatura em 2026.
No ano passado, Pacheco já havia declarado que, após o término de seu mandato como senador em 2027, sua intenção era voltar a se dedicar à advocacia. Contudo, com as movimentações políticas e o cenário em evolução, tudo pode mudar rapidamente. Por hora, tanto Lira quanto Pacheco optam por observar atentamente o cenário político, preparando-se para as complexas decisões que se aproximam.