A expectativa de aliados é de que o presidente realize trocas ministeriais após a eleição da Mesa da Câmara e do Senado. Nos últimos tempos, Lula tem sinalizado a seus aliados a intenção de continuar o processo de mudanças no xadrez ministerial que começou com a substituição de Paulo Pimenta por Sidônio Palmeira. Essa reformulação integra um novo planejamento para o governo, englobando ajustes na equipe de ministros do PT no Planalto.
Dentre os ministérios que estão sendo avaliados para mudanças, destacam-se a Secretaria-Geral da Presidência e a Secretaria de Assuntos Institucionais. Para a Secretaria-Geral, um dos nomes cotados é o da deputada Gleisi Hoffmann (PT).
Embora tenha sido procurada, Hoffmann comentou que Lula está estudando os ajustes e que as mudanças iniciais devem afetar os ministros do PT. Ela destacou ainda que não recebeu nenhum convite oficial para assumir a Secretaria-Geral.
Questionada sobre seu interesse em assumir a posição, afirmou que está disponível para ajudar e acredita que as novas trocas devem ocorrer após a eleição da Mesa da Câmara e do Senado.
Nos bastidores do Planalto, a percepção é que a indicação de Gleisi pode solucionar a disputa interna no PT pela presidência, função que ela deixará em breve. Lula expressa gratidão à deputada pelos anos que passou preso durante a operação Lava Jato.
As alterações na equipe do governo têm sido um tema discutido e demandado por aliados, com o objetivo de alinhar as ações do governo Lula visando as eleições de 2026.
A atuação de Marcio Macedo, por exemplo, tornou-se alvo de críticas, levando à busca por mudanças em sua pasta, com a intenção de reforçar a conexão com as bases do PT. A proposta é promover uma gestão marcada por ações estratégicas e uma comunicação eficaz com Sidônio Palmeira, visando atender tanto a população mais vulnerável quanto a classe média — um público disputado por esquerda e direita.
Apesar das incertezas, muitos petistas têm a expectativa de que a relação entre o governo Lula e o Congresso seja aprimorada com a provável eleição de Hugo Motta (Republicanos) para a presidência da Câmara. A própria Gleisi Hoffmann desempenhou um papel importante em evitar conflitos internos e garantir o apoio do PT ao candidato do Republicanos.
Valdemar Costa Neto, presidente do PL, acredita que a "dança das cadeiras" política nos próximos dias será tranquila. Em uma entrevista, afirmou que nunca presenciou "uma eleição tão tranquila" como as para a presidência da Câmara e do Senado, onde Davi Alcolumbre (União) é considerado o favorito.
Valdemar atribui o sucesso da candidatura de Hugo Motta à excelente gestão de Motta e ao trabalho anterior de Arthur Lira, que "deixou tudo arrumado". Em relação ao Senado, destaca que o desejo pelo retorno de Davi Alcolumbre "é resultado do que ele construiu no passado". "As pessoas o querem de volta”, relatou ao blog.
Apesar de sua afinidade com pautas da direita, Hugo Motta mantém relações positivas com segmentos da esquerda, incluindo Gleisi Hoffmann. Esta dinâmica é vista como um fator crucial para facilitar a construção de um clima menos conflituoso entre a Câmara e o Planalto nos próximos dois anos.