Zoe Saldaña voltou a ser um assunto amplamente comentado após sua recente conquista do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante pelo filme Emilia Pérez. No entanto, sua carreira também é marcada por outra produção que gerou polêmica e pela qual ela se sentiu compelida a pedir desculpas ao público.

A controversa produção biográfica Nina, que retrata a vida da icônica cantora e ativista Nina Simone, estreou em 2016 e desde o início foi alvo de críticas devido à escolha de Saldaña para interpretar a protagonista. A atriz havia defendido sua escalação na época, mas mudou de perspectiva nos últimos anos.

Defensora de suas escolhas

Quando a decisão de escalar Saldaña para o papel de Nina Simone foi anunciada, reações negativas não tardaram a surgir. Em 2013, a atriz comentou: "Se Elizabeth Taylor pode ser Cleópatra, eu posso ser Nina, me desculpe. Não importa quantas críticas eu receba por isso, honrarei e respeitarei minha comunidade negra porque é quem eu sou." Essa declaração demonstrava sua convicção de que, como mulher negra, ela tinha o direito de interpretar a figura de Simone.

No entanto, três anos depois, em uma entrevista para a revista Allure, a atriz reiterou sua defesa, afirmando: "Eu tomei uma decisão. Continuo passando o roteiro adiante e espero que a pessoa negra 'certa' faça isso, ou digo: 'Independentemente das consequências disso, meu elenco não é nada comparado ao fato de que essa história precisa ser contada.'"

Ao longo de seu lançamento, Nina recebeu críticas esmagadoras, com apenas 2% de aprovação no Rotten Tomatoes, e não conquistou o público, além de não ter o apoio da família de Simone. Isso acabou resultando em uma importante reflexão por parte de Saldaña.

Em 2020, a atriz reconheceu o erro que cometeu ao aceitar o papel, declarando em entrevista: "Ela nunca deveria ter interpretado Nina. Deveria ter feito tudo o que estava ao meu alcance para que uma mulher negra interpretasse uma mulher negra excepcionalmente perfeita. [...] Acreditei na época que eu tinha permissão por ser uma mulher negra. E eu sou. Mas esta era Nina Simone, e Nina teve uma vida e uma jornada que deveriam ser honradas até o menor detalhe, porque ela era uma pessoa especificamente detalhista."

Saldaña finalizou suas declarações com um pedido sincero de desculpas: "Sinto muito mesmo. Hoje eu sei melhor e não farei de novo. Ela é uma das nossas gigantes e outra pessoa deveria se apresentar. Outra pessoa deveria contar sua história."

Essa situação evidencia a complexidade das escolhas dentro da indústria cinematográfica e a importância de uma representação autêntica e respeitosa nas artes. É fundamental que as vozes e histórias de cada comunidade sejam contadas por aqueles que realmente as vivenciam.

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