A negociação entre Carlo Ancelotti e a CBF chegou ao fim nesta terça-feira após a recusa do Real Madrid em pagar a multa rescisória de R$ 160 milhões. O treinador italiano, que já está em conversas com clubes árabes, agora abre espaço para Jorge Jesus assumir o comando da Seleção Brasileira, especialmente com a proximidade da Copa de 2026.
O acordo verbal entre Ancelotti e a CBF, discutido desde março, esbarrou na exigência do Real Madrid de manter o técnico até agosto. Florentino Pérez, presidente do clube espanhol, negou-se a custear a multa de €15 milhões (aproximadamente R$ 80 milhões) ou a liberar o treinador de forma antecipada. A CBF, por sua vez, não aceitou pagar o valor total, que, somado a salários e benefícios, ultrapassaria R$ 160 milhões.
Com a negociação estagnada, a CBF acionou o chamado "Plano B", que contempla a contratação de Jorge Jesus. O treinador português, que já teve passagens por Flamengo e Al-Hilal, estava à espera de um sinal positivo desde que as conversas com Ancelotti começaram a esfriar. Informações de fontes internas indicam que a CBF pretende oferecer um contrato até 2026, com uma remuneração próxima aos R$ 2,5 milhões mensais que Tite recebia.
Enquanto a proposta da CBF era de €700 mil mensais (cerca de R$ 4,5 milhões), dobrando o salário de Dorival Júnior, Ancelotti recebeu uma proposta irrecusável de um clube do Oriente Médio, conforme noticiado pelo jornal Marca. Além disso, o treinador italiano também exigia mudança para o Brasil e a inclusão de seu filho Davide na comissão técnica.
A CBF deve anunciar a contratação de Jorge Jesus nos próximos dias, com o objetivo de evitar a continuidade da crise na preparação para as Eliminatórias da Copa. A entidade ainda avalia a possibilidade de fazer uma contraproposta para Ancelotti, porém, analistas acreditam que a chance de alteração no acordo se mostra remota.
A indefinição sobre a contratação do novo técnico causa preocupação na diretoria da CBF, especialmente porque a próxima Data FIFA acontece em junho. O processo de negociação com Ancelotti se estendeu por 45 dias e expôs fragilidades na gestão da CBF, que precisa se apressar para finalizar a contratação de Jesus antes do amistoso contra a Argentina.