Tony Ramos, um ícone da televisão brasileira com uma carreira consolidada de 60 anos, aceitou com entusiasmo o papel de Abel Boaz na nova novela Dona de Mim, que estreia em 28 de abril de 2025, na TV Globo, no horário das 19h. O ator, em entrevista exclusiva, revelou que a decisão para interpretar esse personagem complexo foi tomada em menos de 10 minutos, impactado pela proposta da autora Rosane Svartman.
Ramos não hesitou quando recebeu o convite, comentando: "Em 10 minutos, eu falei: ‘Que ideia boa, estou dentro’". A aceitação imediata do papel reflete a confiança no trabalho de Svartman, que é reconhecida por criar tramas que mesclam drama familiar e crítica social. O ator descreveu Dona de Mim como "uma novela com cara de novela, mas que traz discussões impactantes".
Abel Boaz é o presidente de uma fábrica de lingerie, mas carrega um grande segredo: uma tentativa de suicídio que nunca foi revelada à sua família. Esse trauma do passado interfere em sua relação com a mãe, Rosa, interpretada por Suely Franco, e também em sua gestão da empresa herdada. Ramos refere-se às inúmeras camadas de seu personagem, dizendo que "são camadas de um homem que precisou enterrar sonhos para assumir responsabilidades".
A narrativa da novela se aprofunda na forma como esse segredo impacta sua interação com a filha Sofia e o genro Ricaco, vividos por personagens de relevância no enredo. A trama promete explorar as tensões familiares e os conflitos pessoais de Abel.
Notável também é o reencontro de Ramos com Cláudia Abreu, após 20 anos, desta vez como par romântico. Cláudia, que interpreta uma personagem que ainda não teve detalhes revelados, traz à cena uma química que já havia sido observada em outra novela, Belíssima (2005). "A Claudia é essa pessoa que a gente gosta sempre. Minha mulher pergunta: ‘E a Cacau?’", brincou o ator, referindo-se ao apelido carinhoso da atriz.
A novela se dispõe a seguir a clássica fórmula do melodrama familiar, mas incorpora elementos contemporâneos que a diferenciam. A relação entre Abel e Sofia, a filha, reflete conflitos geracionais que simbolizam a batalha entre tradição e inovação. Além disso, a gestão da fábrica Boaz abordará questões trabalhistas e éticas, decididamente relevantes no contexto atual.
O lançamento da novela em um ano eleitoral é uma estratégia que a posiciona como uma alternativa ao conteúdo predominantemente político da mídia. "É sobre escolhas. Abel poderia ter sido um artista, mas assumiu o legado familiar. Quantos de nós não fazemos isso?", conclui Ramos ao refletir sobre seu personagem.