Os processos antitruste nos Estados Unidos, em 2025, têm se revelado um verdadeiro ciclo repetitivo, envolvendo gigantes da tecnologia como Google, Apple, Amazon e Meta. Esta repetição levanta questões sobre a eficácia das ações legais e os impactos reais no mercado e na concorrência.
Desde o início do ano, o Departamento de Justiça dos EUA e a Federal Trade Commission (FTC) têm intensificado suas investigações e ações judiciais contra as Big Tech, acusando-as de práticas monopolistas e anticompetitivas. Um marco ocorreu em janeiro, quando o DOJ ganhou um caso histórico contra o Google, apontando abuso de monopólio. Em abril, um julgamento significativo contra a Meta começou, focando na avaliação das aquisições do Instagram e WhatsApp, aprovadas há mais de uma década, que agora estão passando por um novo escrutínio.
As cinco principais empresas no centro dessas disputas — Apple, Microsoft, Amazon, Google e Meta — estão enfrentando acusações severas. As alegações incluem práticas que não apenas impedem a concorrência, como também geram um mercado desigual. Um exemplo notável é o caso envolvendo a Visa, que supostamente teria barrado o crescimento de competidores fintech, levando a um aumento nos preços para consumidores e comerciantes. Além disso, a FTC está processando gerenciadores de benefícios de farmácia (PBMs) que controlam 80% das prescrições, por elevar preços de medicamentos como a insulina.
Os processos antitruste mais emblemáticos estão sendo conduzidos em tribunais federais pelo país, especialmente no Distrito de Columbia, onde o julgamento da Meta teve início em 14 de abril de 2025. O caso do Google, que envolve seu monopólio no mercado de anúncios de busca, está entre os mais antecipados do ano e deve resultar em decisões e novos julgamentos ainda em 2025.
Os críticos apontam que, apesar da resposta agressiva das autoridades antitruste, a complexidade dos casos e as estratégias inovadoras das empresas fazem com que o processo legal se prolongue, criando a sensação de um ciclo interminável de acusações e defesas sem resolução concreta. Essa dinâmica pode ser descrita como um verdadeiro "Groundhog Day" no mundo das Big Tech, onde as disputas parecem nunca ter um fim definitivo.
As autoridades estão enfrentando o desafio de equilibrar a revisão contundente das Big Tech com a proteção da inovação vinda do "Little Tech", ou seja, das startups e empresas emergentes. A presidente da FTC, Lina Khan, expressou uma visão de que é essencial proteger esse ecossistema menor enquanto se mantém a pressão sobre as gigantes da tecnologia, buscando um ambiente propício à concorrência saudável.
O cenário antitruste em 2025 destaca não apenas os desafios jurídicos, mas também a importância crítica de repensar a regulamentação e a supervisão das grandes plataformas digitais. Os desdobramentos futuros destes processos terão implicações significativas para o mercado e a sociedade.