A Meta, empresa liderada por Mark Zuckerberg, anunciou mudanças significativas no funcionamento do Facebook, com o objetivo de "reiniciar" a forma como as conexões entre os usuários funcionam. As alterações, divulgadas em janeiro e abril de 2025, têm como foco inicial os Estados Unidos, onde a empresa está transferindo equipes do Vale do Silício para o Texas.
Uma das mudanças mais controversas é o fim da checagem de fatos por terceiros. No lugar disso, a Meta implementará um sistema similar ao Community Notes, um recurso que permite que usuários contribuam com informações e contextos sobre publicações. Essa transformação visa aumentar a autenticidade e a participação dos usuários, embora suscite preocupações sobre a liberdade de expressão e a moderação de conteúdo.
Além disso, a empresa decidiu reduzir a automatização na moderação, particularmente no que diz respeito à remoção de conteúdo que infringe diretrizes de forma leve. Agora, será necessário que os usuários façam denúncias antes que os materiais sejam analisados por moderadores humanos, refletindo uma tentativa de tornar o processo mais eficaz e alinhado com os valores locais das comunidades.
Criativamente radical, Zuckerberg sugeriu a ideia de apagar todas as amizades no Facebook. Em mensagens internas, ele mencionou que reviver as interações sociais poderia revitalizar a plataforma: "Uma ideia maluca é zerar os gráficos sociais e fazer todos recomeçarem". Essa estratégia, no entanto, foi recebida com ceticismo, mesmo de executivos da empresa como Tom Alison, que defendeu a eficácia de redes baseadas em seguidores, como o Instagram.
Apesar das intenções de revitalização, alguns especialistas alertam para o risco de polarização que pode advir da diminuição do controle proativo sobre o conteúdo postado. A esses alertas se somam as preocupações em torno do contexto político, pois essas reformas foram reveladas em um momento próximo à posse presidencial de 2025, gerando especulações sobre motivações ocultas.
Zuckerberg, por sua vez, argumenta que essas mudanças são um retorno aos princípios fundadores das redes sociais: "Comecei as redes sociais para dar voz às pessoas". Essa afirmação reflete uma narrativa que busca atenuar as críticas em relação à falta de moderação.
No intuito de melhorar a experiência do usuário e garantir uma moderação mais eficaz, a Meta tem testado modelos de linguagem (LLMs) para auxiliar na revisão de conteúdo antes de sua remoção. A empresa também está estudando o uso de tecnologia de reconhecimento facial para melhorar a recuperação de contas, uma medida que também reflete a urgência em resolver questões de segurança e identificação na plataforma.
As mudanças nos algoritmos do Facebook prometem impactar usuários em todo o mundo, principalmente em países em desenvolvimento, onde a moderação automatizada desempenhava um papel fundamental na prevenção de discursos de ódio. Entretanto, a Meta não esclareceu como planeja adaptar o novo sistema de notas comunitárias para lidar com idiomas além do inglês.
Essas iniciativas intensificam o debate sobre o equilíbrio entre liberdade de expressão e responsabilidade pela moderação. Enquanto Zuckerberg busca reposicionar o Facebook como uma plataforma neutra e acessível, a transparência dos novos critérios de avaliação das notas comunitárias continua a ser uma questão central no diálogo público.
"Precisamos de ousadia para reconquistar relevância" - Mark Zuckerberg
Essas últimas movimentações da Meta sinalizam uma revolução em sua abordagem às redes sociais, que pode redefinir as dinâmicas de interação digital nos próximos anos.