Os Estados Unidos estão intensificando os esforços para mediar a paz entre Rússia e Ucrânia com uma nova proposta que inclui o reconhecimento não oficial de áreas sob controle russo. O enviado especial Keith Kellogg representa Washington nas negociações que acontecem nesta quarta-feira, 23, em Londres, com a participação do diplomata francês Emmanuel Bonne. A iniciativa busca encontrar uma solução que congele a linha de frente atual.
A urgência por um acordo de paz se intensificou após um ataque de drones em Marganets, que resultou na morte de nove civis e deixou mais de 30 feridos. O ataque, ocorrido na região de Dnipro, em um ônibus, reforça as chamadas internacionais por uma mediação eficaz após uma breve trégua de Páscoa.
Conforme reportado pelo Financial Times, a proposta americana é abrangente e abrange:
A Bloomberg ainda informa que Washington condiciona o acordo à garantia de segurança territorial para a Ucrânia, embora não tenha detalhado os mecanismos dessa segurança.
As reações ao plano não foram favoráveis por parte do Kremlin, que negou oficialmente as informações. Dmitri Peskov, porta-voz do presidente Vladimir Putin, afirmou que "muitas notícias falsas estão sendo publicadas". Especialistas, como a analista Diana Soller, criticam a proposta, alertando que, se aprovada, a Rússia teria suas exigências atendidas sem contrapartidas claras.
A administração Trump mostra-se impaciente com a duração do conflito, buscando um acordo em um prazo de três meses, conforme informações de fontes próximas às negociações. No entanto, a Ucrânia expressa preocupação com o risco de a Rússia utilizar tréguas para fortalecer suas posições militares na região.
O governo dos EUA aguarda uma resposta formal da Rússia e da Ucrânia até o final do dia 23 de março. Entretanto, a Ucrânia resiste publicamente a quaisquer concessões territoriais, enquanto a Rússia frisa a importância de negociações bilaterais sem a intervenção ocidental.