No dia 23 de abril de 2025, o Monsenhor Marcos Pavan, regente do Coro da Capela Sistina, conduziu cânticos litúrgicos durante o velório do Papa Francisco na Basílica de São Pedro, em Roma. A cerimônia, que ocorreu no contexto do translado do corpo do pontífice, foi marcada por uma multidão de fiéis e significativa comoção. O Papa Francisco, que faleceu no dia 21 de abril, foi o primeiro pontífice latino-americano e sua morte reverberou em diferentes partes do mundo.
Nascido em São Paulo, Pavan foi nomeado regente do Coro da Capela Sistina em 2020, sendo o primeiro brasileiro a assumir esse posto em cinco séculos. Durante o velório, o monsenhor dirigiu um repertório em latim, incluindo passagens do Evangelho de João, como parte do tributo ao falecido Papa. A atitude de Pavan foi amplamente elogiada por sua capacidade de unir o público em momentos de louvor coletivo.
Formado em direito e teologia, Pavan combina uma sólida formação acadêmica com sua vocação religiosa. Antes de se estabelecer no Vaticano, trabalhou como maestro em eventos de grande porte, incluindo a Jornada Mundial da Juventude em 2013, realizada no Rio de Janeiro. Sua passagem pela Capela Sistina envolve também a modernaização de repertórios, adaptando-os a uma visão pastoral mais inclusiva, segundo a perspectiva do Papa Francisco.
Enquanto o coro entoava cânticos sacros em Roma, o poeta Klévisson Viana lançou, no Ceará, o cordel intitulado "Adeus ao Papa Francisco". A obra, que conta com mil exemplares impressos, realça a simplicidade do líder religioso, referindo-se a ele como um "farol da verdade" e um "divisor de águas na história da igreja".
O corpo do Papa Francisco permanecerá exposto até o dia 26 de abril, quando será sepultado na Basílica de Santa Maria Maior. A cerimônia fúnebre, presidida pelo cardeal Giovanni Battista Re, deverá contar com a participação de líderes globais e da vasta comunidade de 1,3 bilhão de católicos ao redor do mundo, reafirmando a importância do papa na história recente da Igreja.
A presença de Marcos Pavan no evento é vista como uma forma de reforçar o laço entre o pontificado de Francisco e a América Latina. Especialistas comentam que a escolha do monsenhor simboliza a ênfase na valorização de talentos periféricos que emergem dentro da Igreja, especialmente em um contexto pós-conclave de 2013, onde a inclusão de vozes regionais se tornou uma prioridade.
"A música sacra desempenha um papel vital na liturgia, e o trabalho de Pavan é um reflexo da nova era da Igreja".