Em uma operação coordenada, três homens foram detidos no Rio de Janeiro no dia 20 de abril de 2025, sob a suspeita de planejar um ataque brutal a um morador de rua. A ação policial ocorreu em Vicente de Carvalho e Bangu, na zona norte e zona oeste da cidade, respectivamente.
A operação resultou na prisão de Bruce, o líder do grupo no servidor do Discord, e seus comparsas Kayke Sant Anna Franco, de 19 anos, e Caio Nicholas Augusto Coelho, de 18 anos. Os acusados articulavam um ataque cuja transmissão ao vivo seria vendida, recebendo pagamentos via Pix. Este crime foi planejado com o objetivo de monetizar a violência, tornando-se parte de uma prática criminosa que assusta a sociedade.
A Polícia Civil do Rio fez a apreensão de diversos equipamentos durante as buscas, incluindo celulares e computadores, que devem fornecer evidências adicionais para a investigação. Os envolvidos enfrentam acusações graves, como maus-tratos, corrupção de menores, incitação ao crime e associação criminosa. Um adolescente de 17 anos, que também fazia parte do grupo, foi detido por seu papel como administrador.
Dentro do esquema, Bruce era responsável por organizar e gerenciar o servidor no Discord, onde planejavam os atos violentos, enquanto Kayke e Caio tinham a função de executar os ataques. A polícia investiga também os financiadores que estavam envolvidos, responsáveis pelo pagamento pelas transmissões de violência.
O servidor utilizado no Discord servia como uma plataforma para recrutamento e transmissão de conteúdos violentos. Essa situação indica uma mudança preocupante, na qual uma plataforma inicialmente destinada para gamers se transforma em meio para a atuação de grupos criminosos, facilitados pelo anonimato e pela comunicação em tempo real proporcionada pela ferramenta.
A Polícia Civil continua firme em sua investigação, buscando identificações dos espectadores que financiaram as atividades criminosas. A delegacia responsável está analisando todos os dados coletados dos dispositivos apreendidos, com a intenção de mapear toda a rede de colaboradores e responsáveis por essa nova modalidade de crime.
Os acontecimentos geraram um intensificado debate sobre a moderação de conteúdos nas plataformas digitais. Especialistas em segurança cibernética enfatizam a necessidade urgente de mecanismos de denúncia mais eficazes, capazes de coibir a propagação de crimes em aplicativos de comunicação. O caso destaca os riscos que a violência digital pode apresentar não apenas para as vítimas diretas, mas para a sociedade como um todo.
Advogados consultados relataram que a transmissão ao vivo de crimes pode ser vista como uma circunstância agravante na legislação brasileira. As leis atuais preveem um aumento de pena para crimes cometidos com "crueldade ou meios que dificultem a defesa da vítima". Assim, os envolvidos podem enfrentar consequências jurídicas graves que amplificam as sanções previstas.
Os detidos passarão por interrogatório no próximo dia 21 de abril. A Justiça avaliará a necessidade de manutenção das prisões preventivas ou a possibilidade de liberdade provisória, enquanto a investigação avança em busca de todos os responsáveis e envolvidos nos crimes planejados.