A menos de dois anos da Copa do Mundo de 2026, o ex-capitão da seleção brasileira, Cafu, manifestou sua insatisfação com a instabilidade na escolha do treinador da equipe nacional. Durante uma entrevista no Prêmio Laureus, realizado em Madrid, o pentacampeão mundial afirmou que o processo de definição do técnico assemelha-se a um leilão. Ele enfatizou a importância de optar por um treinador brasileiro que tenha conhecimento do futebol local e dos jogadores envolvidos.
Cafu, que capitaneou a seleção na conquista do último título mundial em 2002, não hesitou em criticar a falta de clareza sobre quem assumirá o comando do time na próxima Copa do Mundo. Em suas palavras, "Parece que estamos leiloando o cargo de técnico da seleção. E isso é ruim para o futebol brasileiro." A indefinição, segundo ele, pode ter efeitos danosos no desempenho da equipe.
O ex-jogador destacou que, com o tempo escasso para os preparativos, a escolha de um treinador brasileiro seria uma estratégia mais adequada. Ele sugeriu nomes como Rogério Ceni, Renato Gaúcho e Roger, do Internacional, que têm mostrado resultados positivos em seus trabalhos atuais. "Se há pouco tempo para trabalhar, escolham um treinador brasileiro, que já está no Brasil, conhece o futebol brasileiro, conhece os jogadores", disse Cafu.
Quanto à possibilidade de contratação de técnicos estrangeiros como Jorge Jesus ou Carlo Ancelotti, o ex-capitão mostrou-se cético. Ele argumentou que a aposta apenas em treinadores estrangeiros, sem garantia de sucesso, representa um risco desnecessário. Cafu questionou: "Por que não pensar também nesses nomes ao invés de apenas em treinadores estrangeiros que nem sabemos se vêm ou não?!"
Em suas considerações, Cafu ressaltou que a responsabilidade pelo desempenho da seleção além de recair sobre o técnico ou dirigentes."O problema da seleção, hoje, somos nós, os jogadores. Eu me incluo. Independentemente da escolha do treinador, quem está em campo somos nós", afirmou. Ele destacou que é imprescindível que os atletas aceitem essa responsabilidade e evitem desculpas.
No contexto de suas reflexões, Cafu já havia mencionado que a seleção brasileira perdeu parte de seu respeito internacional e identidade desde a vitória em 2002. Ele criticou a excessiva dependência de Neymar e a ausência de uma liderança forte no time. O ex-capitão acredita que o Brasil possui talento e potencial, mas precisa de um ambiente tranquilo para que esses atributos sejam plenamente desenvolvidos.
Cafu defende que a seleção deveria novamente ser conduzida por um técnico brasileiro que entenda as particularidades do futebol nacional, visando à reconquista do prestígio no cenário internacional. "Eu acho que o Brasil merece ganhar uma outra Copa do Mundo novamente com um treinador brasileiro", finalizou após expressar sua esperança de que o país volte a ser referência no futebol mundial.
A mensagem de Cafu ecoa um sentimento compartilhado por torcedores e especialistas sobre a urgente necessidade de estabilidade e identidade na seleção brasileira. Com um ano e meio até a Copa do Mundo, a definição do comando técnico representa um desafio crítico para que o Brasil retome sua posição de destaque no futebol global.