Mais de 170 pessoas foram presas no Paquistão em meio a uma onda de ataques a franquias da KFC, motivados por protestos contra a guerra em Gaza e a aliança EUA-Israel, conforme informaram autoridades locais. Os incidentes, que ocorreram em cidades como Karachi, Lahore e Islamabad, resultaram no vandalismo de pelo menos 11 estabelecimentos. Um funcionário foi morto a tiros em um incidente separado nas proximidades de Lahore, que está sendo investigado.
A repressão a redes americanas no país tem aumentado, impulsionada por campanhas de boicote promovidas por grupos pró-Palestina, incluindo o movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções). Apesar de a marca KFC não constar oficialmente na lista do BDS, ativistas consideram que a empresa está ligada a investimentos em Israel por meio de sua controladora, a Yum! Brands. A Domino’s Pizza também sofreu ataques, sendo acusada pelo movimento de doações ao exército israelense — uma alegação que a empresa refutou.
Após os ataques, a polícia do Paquistão aumentou a segurança em redes de fast-food estrangeiras, mas tem sido criticada por sua resposta lenta. Durante um ataque, a SSP Malir de Karachi, Kashif Abbasi, destacou a dispersão de uma multidão de 150 pessoas que tentaram bloquear uma rodovia. Embora o TLP, partido frequentemente envolvido em atos de violência por conta de leis de blasfêmia, tenha afirmado não apoiar a violência, foi relatado que seus membros participaram dos recentes ataques.
A Yum! Brands, controladora da KFC, não se manifestou sobre as agressões. Contudo, a suspensão temporária da conta oficial da KFC no Twitter no Paquistão reflete a crise atual. Especialistas alertam para os riscos à imagem internacional do país, que já enfrenta séria instabilidade política.
A violência nos protestos gerou também reações em outros países muçulmanos, como Bangladesh, onde situações semelhantes ocorreram, incentivadas pelas redes sociais. Especialistas ainda sublinham que a falta de uma condenação formal por parte do governo paquistanês a grupos como o TLP pode agravar ainda mais a situação.
A repressão a redes americanas no país tem aumentado, impulsionada por campanhas de boicote promovidas por grupos pró-Palestina.