Em meio às preocupações provocadas pelo anúncio recente das tarifas comerciais dos Estados Unidos, o Brasil considera alternativas para compensar as possíveis perdas em suas exportações. Essa estratégia inclui o fortalecimento das relações comerciais com os países do Brics — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
O impacto das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump é significativo, com projeções de que as indústrias brasileiras enfrentem perdas de até US$ 3,5 bilhões. Este cenário desperta a necessidade de uma resposta robusta do Brasil, que busca diversificar seus parceiros comerciais para atenuar os efeitos dessa política protecionista.
Especialistas indicam que o Brasil tem uma oportunidade de reforçar suas relações com os países do Brics, que possui um saldo comercial superavitário de US$ 20,4 bilhões previsto para 2024. A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) já identificou 1,6 mil produtos passíveis de exportação para essas nações, destacando setores como proteína animal, alimentos processados e rochas ornamentais.
A presidência do Brasil no grupo Brics em 2025 representa uma chance de ampliar ainda mais o comércio entre os países integrantes. O fortalecimento das exportações para naciones como China, Índia, Rússia e África do Sul é uma estratégia recomendada para redirecionar e compensar os prejuízos enfrentados nas transações com os EUA.
O setor agrícola, em particular, pode encontrar novas oportunidades nas retaliações comerciais da China contra os EUA. A soja, um dos principais produtos de exportação do Brasil, está posicionada para beneficiar-se desse cenário, potencialmente aumentando suas vendas para o mercado chinês.
Além de focar no Brics, o Brasil também está buscando consolidar relações comerciais com a Europa. Acelerando o processo de ratificação do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, o governo brasileiro visa garantir competitividade no mercado global diante das adversidades causadas pelo protecionismo dos Estados Unidos.
Com estratégias de diversificação bem delineadas, o Brasil espera mitigar os impactos negativos das tarifas americanas, explorando novas rotas comerciais que fortalecem sua economia.