O Smashing, aplicativo de curadoria de leitura criado por Otis Chandler, fundador do Goodreads, anunciou o encerramento de suas atividades após menos de um ano de operação. A empresa comunicou aos usuários que a decisão foi motivada pela dificuldade em escalar o produto de maneira sustentável, mesmo após um investimento de US$ 3,4 milhões e contar com uma equipe de sete funcionários dedicados. Lançado em junho de 2024, o app proporcionava uma plataforma para agregar notícias, artigos, podcasts e postagens de redes sociais, com destaque para a curadoria comunitária e resumos gerados por inteligência artificial.
O Smashing foi idealizado para reunir conteúdos variados da internet, permitindo que os usuários seguissem seus interesses e votassem na relevância das sugestões. Contudo, conforme comunicado oficial, o crescimento do app não foi suficiente para viabilizar o negócio. A empresa destacou: "Simplesmente não crescemos rápido o bastante para continuar. Não conseguimos escalar o produto para torná-lo sustentável".
Apesar do significativo aporte financeiro, com investidores como True Ventures e Blockchange, o aplicativo não conseguiu alcançar a massa crítica necessária para competir em um mercado saturado por propostas semelhantes. O fechamento do Smashing, menos de um ano após seu lançamento, revela as dificuldades que startups enfrentam ao tentar inovar na curadoria de conteúdos digitais.
O fechamento do Smashing acontece em um momento crítico para diversas iniciativas no setor. No ano passado, por exemplo, os cofundadores do Instagram encerraram o aplicativo de notícias com inteligência artificial, chamado Artifact, cuja tecnologia foi posteriormente adquirida pelo Yahoo. O mercado é também povoado por outras plataformas, como Bulletin, Particle, Feeeed, Tapestry e Reeder, que adotam diferentes abordagens para a agregação e leitura de notícias, empregando muitas vezes inteligência artificial para personalização e resumo de conteúdo.
Esses desafios são impulsionados pela complexidade de engajar e manter uma base de usuários ativa, além da dificuldade em monetizar as plataformas de forma eficaz. A concorrência com grandes redes sociais e a fragmentação do consumo digital tornaram o cenário ainda mais árduo.
Otis Chandler, que fundou o Goodreads em 2006 e o liderou até 2019, permanece como uma figura influente no universo da leitura digital. O Goodreads transformou a maneira como leitores descobrem e compartilham livros, sendo adquirido pela Amazon em 2013 e reunindo mais de 150 milhões de usuários até 2023. A experiência de Chandler no desenvolvimento do Smashing, embora encerrada de forma prematura, ilustra os desafios de inovar em plataformas de curadoria que demandam tanto tecnologia quanto engajamento da comunidade.
Embora o Smashing tenha fechado suas portas, o mercado continua em busca de soluções que integrem inteligência artificial a propostas de participação social para facilitar o acesso a conteúdos relevantes e confiáveis. Novas ferramentas e aplicativos ainda estão surgindo, tentando preencher a lacuna deixada por iniciativas como esta.
Esse encerramento sublinha a complexidade do setor de curadoria digital e a urgência de modelos de negócios sólidos que possam sustentar produtos inovadores em um ambiente competitivo e em constante transformação.